O técnico de vôlei Walhederson Brandão Barbosa, de 40 anos, preso na manhã desta terça-feira (14) em Manaus, foi indiciado por crime de exploração sexual e produção de vídeos pornográficos. As vítimas são 12 adolescentes, informou a delegada Joyce Coelho, da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente, em entrevista coletiva na manhã desta terça.
Joyce Coelho disse que a investigação começou há três meses, após a polícia receber vídeo com cenas de sexo explícito com dois estudantes. A delegada disse que os inquéritos serão individualizados e que Walhederson atua como técnico de vôlei há 20 anos.
Joyce disse que o treinador “é muito conhecido no mundo do voleibol”. “Além da seleção amazonense ele também atua na Colégio Brasileiro Pedro Silvestre e na Ulbra. E a expectativa é o número de vítimas crescer”, disse Joyce Coelho.
A delegada afirmou que há relatos de jovens hoje na faixa de 22 e 25 anos que passaram também por abusos na adolescência. Joyce disse que o número de vítimas pode crescer com o aparecimento de novos casos a partir da prisão. “Os crimes ainda não prescreveram”, disse a delegada. Ela pediu que vítimas do treinador apresentem denúncia
No momento da prisão do treinador, havia seis adolescentes na casa dele. A delegada disse que dois adolescentes dormiam na cama de Walhederson, ambos com 15 anos. Interrogado, um deles disse que “morava com o professor” há 4 anos. “Ou seja, desde os 11 anos”, disse Joyce Coelho. Outro adolescente que estava na residência no treinador, no momento de sua prisão, na manhã desta terça-feira (14), é oriundo de Nova Olinda do Norte.
“O triste da história é que nós temos que contar a realidade para a família. Muitos pais confiavam demais no treinador, até de forma negligente. Em alguns colégios, ele era o responsável pelos adolescentes, alguns vindo do interior”, disse Joyce Coelho.
Segundo a delegada, o treinador vai responder por crime de exploração sexual e produção de conteúdo pornográfico, pois as relações que ele mantinha com os adolescentes eram gravadas.
“O crime está caracterizado: exploração sexual, troca de favor sexual pelo crédito de celular, pelo tênis, pela camisa nova. A maioria dos garotos está em vulnerabilidade sócioeconômica e pensam que estão levando vantagem nessa troca. Exploração sexual é crime hediondo”, afirmou.
Joyce Coelho disse que vai intimar a direção da Federação Amazonense de Voleibol a prestar depoimento.
Repúdio
A FAV divulgou nota de repúdio contra os atos do treinador. “A Federação Amazonense de Voleibol repudia veementemente os fatos envolvendo o treinador Walhederson Brandão Barbosa e se coloca à disposição dos órgãos competentes para qualquer esclarecimento”, diz a FAV na nota.
“A Federação Amazonense de Voleibol reafirma que não tolera qualquer tipo de assédio e que
seus profissionais devem ter, além da competência que o cargo exige, compromisso com a conduta pessoal”, afirma a FAV.
(Colaboraram Guilherme Nery e Willison Cardoso)
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