Amazonas – No universo da política brasileira, onde o cinismo e a falta de escrúpulos são moedas correntes, surge mais um capítulo da saga protagonizada por Elisabeth Valeiko Ribeiro, ex-primeira dama de Manaus e esposa do ex-prefeito Arthur Virgílio Neto. Dessa vez, ‘Betinha’ decidiu se manifestar nas redes sociais em apoio a um projeto de lei controverso, o famigerado PL nº 630/2023, do deputado estadual Wilker Barreto (Cidadania). O objetivo do projeto? Nada menos que calar a imprensa digital, com o pretexto de combate às Fake News.
Especialista em ocultar a verdade
Mas por que a esposa de um ex-prefeito estaria tão entusiasmada com um projeto que busca cercear a liberdade de imprensa? Talvez seja pelo fato de que Elisabeth seja uma verdadeira especialista em ocultar a verdade. Relembremos o famoso caso do assassinato do engenheiro Flávio Rodrigues, em que Alejandro Valeiko, filho da ex-primeira dama, passou do status de “principal suspeito” do homicídio para “uma das vítimas” no cenário do crime. Coincidentemente, mãe e filha estiveram presentes no local do crime horas antes, e, como verdadeiras detetives forenses, se deram ao trabalho de alterar a cena, removendo o sangue presente na casa.
Além disso, Elisabeth Valeiko não mediu esforços para garantir que blogs e portais de notícias mantivessem um silêncio ensurdecedor sobre a repentina mudança no rumo das investigações sobre o caso. Ela, através do cargo do marido Arthur Virgilio que era prefeito na época, abriu generosamente os cofres e pagou uma verdadeira fortuna para que a verdade não fosse divulgada, mas apenas a narrativa arquitetada pela defesa de Alejandro que o colocava como um dependente químico, “mas não uma assassino”, como ela mesmo disse.
Não satisfeita em tornar o filho uma ‘vítima da sociedade’, Betinha ainda tentou transformar o engenheiro Flávio, que teve a vida ceifada aos 41 anos, em um criminoso. A ex-primeira dama chegou a afirmar para a imprensa que a verdadeira vítima de toda situação estava devendo traficantes e por isso foi morta, propagando assim uma monstruosa Fake News, que agora diz condenar. Quanta hipocrisia! A versão chegou a ser endossada pelo marido, que postou nas redes sociais entre as afirmações o seguinte trecho: “Levaram o que queriam: o rapaz Flavio, a quem “cobravam” pagamento pelo trabalho maldito que leva pessoas à perdição”. A alegação foi extremamente revoltante para a família do engenheiro Flávio Rodrigues, que está há mais de 3 anos e meio buscando por justiça.
Aumentando contratos em publicidade na época do assassinato
A gestão do ex-prefeito Arthur Neto (PSDB) é dona de um recorde histórico: R$ 616,6 milhões foram pagos com publicidade desde o início de seu primeiro mandato em 2013 até o final de 2020. Ainda segundo os dados do portal da transparência, a maior parte do fluxo destes gastos no setor foi em 2019, com mais de R$ 130 milhões – justamente período do assassinato do engenheiro Flávio Rodrigues, ocorrida no 29 de setembro de 2019, após uma festa na casa de Alejandro Molina Valeiko, no condomínio Passaredo.
Na época, também, o jornal Diário do Amazonas e o Jornal Dez Minutos, do Grupo Diário de Comunicação do empresário Cirilo Anunciação, principal defesa de mídia do grupo político de Arthur Virgílio, receberam R$ 1.110.001,39 e R$ 1.002.839,61, respectivamente.
Contraditoriamente, Wilker Barreto, então vereador e presidente da Câmara Municipal de Manaus (CMM), foi o que menos fiscalizou as verbas destinadas para a comunicação, que bateram recordes na gestão de Arthur e Betinha. Ao contrário, Wilker fechou contratos milionários com o mesmo Grupo de Comunicação que serve ao seu grupo com Arthur Virgílio até os dias atuais: somados, os contratos de Cyro e Cirilo com a TV Câmara e com a Rádio Câmara chegam a mais de R$ 11 milhões.
Cinismo e censura
Agora, sob a sombra da Lei de Wilker Barreto, seu grupo político incluindo Elisabeth Valeiko e Arthur Virgílio, terão ainda mais facilidade para silenciar empresas de comunicação independentes e orquestrar peças processuais distorcidas que garantam vitórias duvidosas nos tribunais.
Lembremos do caso da desembargadora Encarnação das Graças Sampaio Salgado, que, vendendo decisões favoráveis a membros de facções criminosas, foi aposentada compulsoriamente pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça). Essa mesma desembargadora ganhou notoriedade por inclinar suas decisões a favor de Arthur Virgílio, enquanto este ocupava o cargo de prefeito de Manaus.
Um exemplo notório foi a tentativa de barrar a investigação do contrato da Mamute em 2016, em resposta ao pedido do MP-AM. Se a ‘Lei da Censura’ estivesse vigorando àquela época, é provável que operações da Polícia Federal, como a Dente de Marfim, nem tivessem a devida cobertura midiática apenas por envolver empresários “queridos” ao grupo de Arthur Virgílio, Betinha e Barreto .
*Com informações cm7brasil
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