Eles temem reajuste de preços de produtos.

 Empurrando um carrinho de compras abarrotado pelos corredores de um Walmart Supercenter, Thomas Jennings, 53 anos, não escondia a ansiedade. “Estou comprando o dobro de tudo — feijão, produtos enlatados, farinha, o que você imaginar”, disse ele à reportagem. Seu objetivo: garantir suprimentos antes da entrada em vigor da nova rodada de tarifas de importação anunciadas pelo governo Trump, prevista para esta quarta-feira (8).

Jennings, que também passou pela Costco mais cedo para comprar itens a granel como farinha, açúcar e água, é parte de um grupo crescente de consumidores que acredita que os preços de varejo vão disparar com as medidas protecionistas do ex-presidente. “Há uma recessão a caminho e estou me preparando para o pior”, afirmou.

A preocupação não é infundada. De acordo com a Tax Foundation — organização apartidária e sem fins lucrativos — as novas tarifas devem custar aos americanos cerca de US$ 3,1 trilhões ao longo da próxima década, o que equivale a um aumento médio de impostos de aproximadamente US$ 2.100 por família já em 2025.

Temor de repetição da pandemia

Embora a maioria dos consumidores ainda adote uma postura cautelosa, especialistas alertam que qualquer sinal de pânico pode desencadear uma corrida aos mercados, semelhante à observada no início da pandemia de Covid-19. Foi o que apontou Manish Kapoor, fundador da GCG, empresa especializada em gestão de cadeia de suprimentos na Califórnia. “Vimos isso também durante a Covid-19, quando todo mundo foi freneticamente pegar tudo das prateleiras, quer precisassem ou não”, relembrou. “Ainda não chegamos a esse ponto, mas o medo está crescendo.”

Até o momento, Walmart e Costco não comentaram oficialmente sobre o aumento da demanda ou possíveis estratégias para conter um desabastecimento.