Deputado defende que a aquisição dos bebês é uma escolha pessoal, mas criticou uso em contextos exclusivos para crianças.
O deputado estadual João Luiz (Republicanos) levou um “bebê reborn” à tribuna da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM) nesta terça-feira (27) para defender um projeto de lei que pretende proibir o atendimento desses bonecos hiper-realistas na rede pública de saúde do estado. A proposta também prevê punições a profissionais de saúde que aceitarem realizar atendimentos e a oferta de apoio psicológico a pessoas que desenvolverem vínculos afetivos com os brinquedos.
Apesar da defesa enfática do parlamentar, a Secretaria de Estado da Saúde do Amazonas (SES-AM) informa, que até o momento não há qualquer registro de pessoas buscando atendimento médico para “bebês reborn” nas unidades públicas de saúde do estado.
Durante seu discurso, João Luiz justificou a proposta com base em relatos de casos supostamente ocorridos em outros estados, onde pessoas identificadas como “mães de bebês reborn” estariam utilizando assentos preferenciais em transportes públicos e até levando os bonecos para consultas médicas. O deputado criticou a prática, afirmando que “o médico não fez faculdade para dar diagnóstico para bebê reborn, mas para atender uma criança gerada biologicamente”.
Para ele, o fenômeno revela uma crise social: “É um vazio muito grande que querem preencher com algo que não tem alma, não tem espírito, não tem nada. É um boneco fabricado em uma fábrica. Veja que os conceitos estão mudando, as crianças estão sendo deixadas de lado e o protagonismo quem está assumindo é o bebê reborn”.
João Luiz citou ainda, sem apresentar exemplos concretos, que algumas pessoas levam os bonecos para serem batizados em igrejas católicas e evangélicas, e que se aborrecem quando os sacerdotes se recusam a realizar a cerimônia. “São cerimônias seríssimas”, ressaltou.
O deputado defendeu que a aquisição dos bonecos é uma escolha pessoal, mas criticou seu uso em contextos que, segundo ele, deveriam ser exclusivos de crianças reais. “Nada contra quem quiser comprar, mas não leve para o hospital, não vá para a fila do pediatra. Sabe o que está acontecendo? Estão até fazendo inscrição para colocar na creche do município”, argumentou.
Embora o projeto ainda não tenha sido protocolado oficialmente na Assembleia, a proposta prevê o atendimento psicossocial a quem demonstrar apego afetivo aos bonecos, além de sanções administrativas para quem tentar obter benefícios destinados a bebês reais — como prioridade em filas ou gratuidade de serviços — utilizando “bebês reborn”.
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