No evento, uma militante do PSOL resolveu declamar “des filhes” no verso “dos filhos deste solo és mãe gentil”.
O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), candidato à Prefeitura de São Paulo, se viu no centro de uma polêmica após um comício realizado no último sábado, 24, no bairro do Campo Limpo, Zona Sul da capital paulista. Durante o evento, o Hino Nacional foi cantado em linguagem neutra, provocando reações adversas e levando Boulos a apagar o vídeo da ocasião de suas redes sociais.
A controvérsia começou quando a cantora Yurungai, responsável por interpretar o hino no comício, alterou o verso “Dos filhos deste solo és mãe gentil” para “Des filhes deste solo és mãe gentil”, utilizando a linguagem neutra. Além disso, na passagem “verás que um filho teu não foge à luta”, a versão apresentada substituiu “um filho” por “es filhes”, adaptando o texto tradicional para uma forma que evita o uso de pronomes e terminações que indiquem gênero específico.
A linguagem neutra, que busca ser inclusiva ao evitar referências exclusivamente masculinas ou femininas, tem sido tema de debate acalorado na sociedade brasileira, especialmente no campo político. No contexto do comício, a utilização da linguagem neutra no Hino Nacional foi rapidamente usada por adversários políticos de Boulos como munição para ataques, questionando a alteração em um símbolo nacional.
Diante das críticas, Boulos agiu rapidamente, removendo o vídeo de suas redes sociais. Em nota divulgada nesta terça-feira, 27, o candidato afirmou que a mudança na letra do hino não foi autorizada ou solicitada por sua campanha. “A campanha, em momento algum, solicitou ou autorizou alteração na letra do Hino Nacional interpretado na abertura do comício no último sábado, 24, na Zona Sul da cidade. A produtora, organizadora do evento, foi responsável pela contratação de todos os profissionais que trabalharam para a realização da atividade, incluindo a seleção e o convite à intérprete que cantou o Hino Nacional”, declarou Boulos.
A reação dos adversários políticos foi imediata, com muitos aproveitando o incidente para atacar Boulos e associá-lo a uma agenda vista como radical por parte do eleitorado. A questão do uso da linguagem neutra no hino foi amplamente discutida nas redes sociais e em veículos de imprensa.
O deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP), foi um dos que se manifestou contra a versão do hino nacional. “Cantar o hino nacional dessa forma não é só vergonhoso. É crime, mas a esquerda não se importa nem de passar vergonha e nem de desrespeitar as leis brasileiras em nome da sua ideologia”, afirmou, em seu perfil no X ( antigo Twitter).
A economista Marina Helena (Novo), também candidata à Prefeitura de São Paulo, republicou o vídeo com trechos da apresentação do hino em que se usa o termo “filhes”. “Essa é a extrema esquerda lulista que quer assumir a Prefeitura de São Paulo: lacração, desrespeito e destruição de nossos símbolos nacionais mais sagrados”, escreveu.
Em comício eleitoral, Lula e Boulos cantam hino nacional em linguagem neutra: “Filhe (?!) teu não foge à luta” 🤡
Essa é a extrema-esquerda lulista que quer assumir a prefeitura de São Paulo: lacração, desrespeito e destruição de nossos símbolos nacionais mais sagrados.
São… pic.twitter.com/QzsrfbJbQn
— Marina Helena (@marinahelenabr) August 27, 2024
“Em um só movimento a dupla Lula/Boulos conseguiu agredir o hino nacional, a língua portuguesa e o aparelho auditivo de quem foi submetido à ‘apresentação’. É de onde menos se espera que não vem nada mesmo…”, disse por meio das redes sociais o líder da oposição no Senado, Ciro Nogueira (PP-PI).
O deputado federal Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP) protocolou na Procuradoria-Geral da República (PGR) uma notícia-crime para investigar a conduta de Guilherme Boulos (Psol-SP) por crime contra os símbolos nacionais, previsto na Lei 5.700/71.
A polêmica ocorre em um momento crucial da campanha para a Prefeitura de São Paulo, e a forma como Boulos lida com o episódio pode influenciar sua imagem junto ao eleitorado. A retirada do vídeo das redes sociais sugere uma tentativa de minimizar os danos e evitar que o tema continue a dominar o debate eleitoral.
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