A partir desta sexta-feira (11/10), mais de 2.000 sites de apostas esportivas, conhecidos como bets, serão retirados do ar por irregularidades. A medida, anunciada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, faz parte do processo de regulamentação das apostas online no Brasil. Na quinta-feira (10.out), Haddad afirmou ter enviado à Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) uma lista com 2.040 plataformas que deverão ser bloqueadas.

De acordo com o ministro, o acesso a alguns desses sites ainda pode ser possível nos próximos dias, já que existem cerca de 20.000 provedores de internet no país. “Algumas pequenas empresas podem demorar um ou dois dias para atender à solicitação da Anatel”, explicou. Contudo, ele garantiu que qualquer tentativa de burlar o bloqueio, como mudanças de endereço dos sites, será rapidamente identificada e neutralizada. “Assim que tomarmos conhecimento do novo endereço, ele será bloqueado se não for autorizado”, enfatizou Haddad.

Além do bloqueio dos sites, as plataformas ilegais também terão suas propagandas suspensas no Brasil. Segundo o ministro, as big techs que operam no país se comprometeram a impedir que anúncios dessas empresas cheguem ao público brasileiro.

Regulamentação e novas regras para apostas

A ação de bloqueio faz parte de um esforço maior de regulamentação do setor de apostas online, que agora deverá seguir um cronograma rígido. Empresas que desejam obter licença para operar no Brasil têm 180 dias para se adequar às novas exigências da Fazenda. “As que já estavam no ar só poderão retomar as operações depois de autorizadas”, explicou Haddad.

O ministro também revelou que a Fazenda está tecnicamente preparada para impedir que meios de pagamento sejam utilizados em bets irregulares. Recentemente, já foi implementada a proibição do uso de cartões de crédito e dinheiro em espécie nessas plataformas, e Haddad não descartou a possibilidade de incluir outros métodos de pagamento na lista de restrições.

Essa ofensiva contra as apostas ilegais marca o início de um processo mais rigoroso de controle sobre o setor, que movimenta bilhões de reais no país.