Obstetra de plantão não respondeu ao chamado para acompanhar parto e chegou ao hospital cinco horas depois; caso é investigado como possível negligência.
Um médico obstetra foi afastado de suas funções neste domingo (23) no Hospital Regional de Eirunepé, no interior do Amazonas, após a morte de um recém-nascido durante um parto marcado por atraso no atendimento.
A gestante, de 18 anos, deu entrada na unidade nas primeiras horas da manhã, mas o profissional, que estava de sobreaviso, não atendeu às tentativas de contato feitas pela equipe.
Segundo informações preliminares repassadas pela administração do hospital, ligações e mensagens foram enviadas ao médico, além do envio de uma ambulância até sua residência.
Mesmo assim, ele não compareceu de imediato e só chegou ao hospital por volta das 9h — cerca de cinco horas após o início da solicitação. Sem o obstetra, o parto precisou ser conduzido por enfermeiros e por um clínico geral.
O bebê chegou a nascer com vida, mas apresentou sinais de sofrimento fetal e morreu cerca de uma hora depois.
A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar se houve negligência e solicitou exame cadavérico para esclarecer a causa da morte, incluindo a hipótese de aspiração de mecônio.
A Secretaria Municipal de Saúde também abriu procedimento administrativo para investigar o comportamento do médico, após relatos de que ele teria sido visto em um bar durante o período em que deveria estar disponível para o plantão.
A família da jovem aguarda os resultados oficiais e cobra responsabilização.
