CBF Demonstra Preocupação Com Escalada De Insinuações De Manipulação De Resultados

O árbitro assistente Marcelo Van Gasse, presidente da Abrafut (Associação Brasileira dos Árbitros do Futebol), afirmou nesta quarta-feira que a entidade vai passar a processar civilmente quem fizer insinuações ou acusações sem provas contra a categoria.

– Vamos começar a partir para a parte cível. Porque a pessoa vai ter que provar o que está falando. A gente não quer mais que isso aconteça. Nós já vamos ao STJD, mas fazer mais – declarou Van Gasse.

Van Gasse – que atuou na Copa do Mundo de 2018 – e Wilson Seneme, presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, reclamaram de uma escalada tanto em quantidade quanto em gravidade das acusações feitas contra árbitros em 2024. 

– Estamos vendo uma estratégia de tentar transformar decisões de árbitros, que podem ser certas ou erradas, em situações de premeditação, em acusações de manipulação de resultados – afirmou Seneme.

– Em 76 jogos neste fim de semana, identificamos cinco reclamações. Quando fomos avaliar, em só três havia razão para reclamar – acrescentou.

O chefe dos árbitros da CBF não fez menção específica a John Textor, dono da SAF do Botafogo, que tem feito reiteradas acusações de manipulação de resultados no futebol brasileiro, contra árbitros, contra jogadores e contra times – sempre sem apresentar provas.

– O ambiente se contaminou – lamentou Seneme. 

– A arbitragem é boa, presta um bom serviço. Pode melhorar, é imperfeita, estamos trabalhando para isso. Quando um jogador perde um pênalti, não é culpa de todos os outros jogadores. Quando um árbitro erra, é como se todos errassem – reforçou Seneme.

No último final de semana, por exemplo, o zagueiro Felipe Melo, do Fluminense, ao reclamar de uma marcação do árbitro Raphael Claus num jogo contra o Atlético-MG declarou: 

– John Textor tem razão.

Após a partida entre Red Bull Bragantino e Flamengo, no último domingo, dirigentes do clube carioca também fizeram várias reclamações contra a arbitragem. 

– O que a gente espera é que as pessoas tenham mais responsabilidade sobre o que falam – declarou Seneme.