O grupo, que estava concentrado na frente do Quartel-General do Exército, se deslocou para a Esplanada dos Ministérios no início da tarde de domingo. Imagens veiculadas por emissoras de TV mostram centenas de pessoas nas rampas que dão acesso ao Congresso e ao Palácio do Planalto e em volta do prédio do STF.
No Congresso, centenas de pessoas subiram na laje do edifício, enquanto parte do grupo ingressou no Salão Verde e no plenário do Senado. As imagens mostram vidraças quebradas e pessoas enroladas em bandeiras do Brasil caminhando com tranquilidade dentro do prédio. Outras imagens mostram membros do grupo dentro do gabinete da Presidência da República, no Palácio do Planalto, e no plenário do STF. Nesses locais, vidros também foram quebrados.
Por volta das 17h, segundo imagens de helicóptero transmitidas pela emissora GloboNews, seguranças haviam conseguido retomar o prédio do STF e expulsar os invasores.
Nos arredores do Congresso, policiais tentavam frear o avanço do grupo com spray de pimenta e gás lacrimogêneo.
Por ser domingo, os edifícios estavam vazios no momento da invasão, contando apenas com funcionários responsáveis por serviços essenciais.
Na Praça dos Três Poderes, veículos policiais disparavam jatos de água no grupo para tentar dispersá-lo.
Um vídeo que circula em grupos bolsonaristas no Whatsapp mostra o grupo festejando a chegada ao edifício. “Pegamos o STF. Fora, acabou, o Brasil venceu”, grita um homem.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não está em Brasília neste domingo. Ele está em São Paulo e tinha viagem agendada para Araraquara (SP) para visitar vítimas de temporais recentes.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse no Twitter ter conversado sobre os incidentes com o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). “O governador me informou que está concentrando os esforços de todo o aparato policial no sentido de controlar a situação”, afirmou.
“Repudio veementemente esses atos antidemocráticos, que devem sofrer o rigor da lei com urgência”, disse Pacheco.
O ministro da Justiça, Flavio Dino (PSB), afirmou no Twitter: “Essa absurda tentativa de impor a vontade pela força não vai prevalecer. O Governo do Distrito Federal afirma que haverá reforços. E as forças de que dispomos estão agindo. Estou na sede do Ministério da Justiça”.
Também no Twitter, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse que o governo do Distrito Federal “foi irresponsável frente à invasão de Brasília e do Congresso Nacional”.
“É um crime anunciado contra a democracia, contra a vontade das urnas e por outros interesses. Governador e seu secretário de segurança, bolsonarista, são responsáveis pelo que acontecer”, afirmou.
Já o secretário de Segurança do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro, Anderson Torres, disse no Twitter considerar “inconcebível a desordem e inaceitável o desrespeito às instituições”.
“Determinei que todo efetivo da PM e da Polícia Civil atue, firmemente, para que se restabeleça a ordem com a máxima urgência. Vandalismo e depredação serão combatidos com os rigores da lei”, afirmou Torres.
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), disse no Twitter: “Estou em Brasília monitorando as manifestações e tomando todas as providências para conter a baderna antidemocrática na Esplanada dos Ministérios.”
Com informações bbc
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