Imagens de satélites revelaram 2.924 pontos de queimadas, o maior número desde a série histórica, iniciada em 1999
A Amazônia registra um recorde de incêndios neste mês de fevereiro. Até a segunda-feira 26, as imagens de satélites revelaram 2.924 pontos de queimadas, o maior número desde a série histórica, iniciada em 1999. Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia.
Em janeiro, foram observados 2.049 pontos de queimada no bioma. No acumulado do primeiro bimestre, são 4.973 focos de incêndio. Os números ainda devem aumentar até o fim do mês. Os dados são atualizados todos os dias pelo Inpe.
A floresta enfrenta um aumento de 286% nos focos de queimadas em comparação com o mesmo período em 2023.
Governo Lula foi alertado por especialistas
Em fevereiro do ano passado, o governo petista de Luiz Inácio Lula da Silva admitiu ao jornal Estadão que a estrutura de combate ao fogo era insuficiente, apesar de ter contratado mais brigadistas.
Especialistas já haviam alertado Lula e a ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática, Marina Silva (Rede), para os efeitos do El Niño na região, que tem a estiagem agravada pelo fenômeno climático.
Uma das bandeiras do governo Lula era priorizar a proteção ambiental. Embora o desmatamento tenha diminuído pela metade em 2023, a ineficácia na prevenção de incêndios tem sido criticada.
Fumaça cobre rodovia
O Estado mais afetado é Roraima, onde a fumaça chegou a encobrir partes da capital, Boa Vista, e de trechos da Rodovia Estadual RR-206.
Dos incêndios na floresta à morte de indígenas, os recordes do governo Lula
Um balanço do governo federal mostrou que o número de mortes de indígenas na Reserva Yanomami, a maior do tipo no país e localizada entre o Amazonas e Roraima, aumentou um ano depois de Lula decretar emergência de saúde na região, dominada em algumas áreas pelos garimpeiros ilegais.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) informou que possuí 251 combatentes na região, apoiados por quatro aeronaves, com brigadas para atender de forma exclusiva a Terra Indígena Yanomami.
Seca na Amazônia
Na Amazônia, a estação seca vai de julho a outubro, período em que a vegetação e a matéria orgânica do solo ficam propícias à queima. Isso, somado ao ar menos úmido, espalha as chamas com maior rapidez e dificulta o combate ao fogo.
O Ministério do Meio Ambiente e Mudança Climática, de Marina Silva, diz estar adotando medida com combatentes na região.
Veja o porcentual de queimada nas florestas em fevereiro
Em fevereiro, sozinha, a Amazônia foi responsável por 71% dos focos de calor registrados no mês. Em seguida aparece o cerrado, com 15,2%; a Mata Atlântica, com 7,8%; a caatinga, com 3,5%; o Pantanal, com 1,7%; e o Pampa, com 0,8%.
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