O presidente do Partido Liberal (PL) no Amazonas, Alfredo Nascimento, mostrou arrependimento por ter caminhado com a esquerda em seu passado político. Para ele, a aliança com partidos deste espectro político não leva a nada.

Nascimento afirma que se soubesse que teria os impedimentos durante as três vezes que comandou o Ministério dos Transportes, entre eles o de poder recuperar totalmente a rodovia federal BR-319, que liga Manaus (AM) a Porto Velho (RO), “jamais teria saído de Manaus e teria sido ministro dos Transportes”.

As declarações foram dadas pelo próprio presidente do PL no Amazonas, em suas redes sociais, na última segunda-feira (15).

Alfredo Nascimento ocupou um dos principais ministérios do governo federal nos governos de Lula e de Dilma Rousseff no período de 2004 a 2011. Ele explica que sempre houve um embate entre ele e a ministra Marina Silva e que a obra de recuperação da BR-319 dependia da vontade do presidente da República.

“Eu assumi o ministério de Transporte com o compromisso do presidente da República, nesse governo de esquerda, de construir ou reconstruir a BR 319. Eu imaginava, como ministro dos Transportes, que tomaria todas as decisões, mas encontrei problemas. Criaram pela primeira vez no país uma estrada, a que já estava construída, e tinha que fazer um estudo de impacto ambiental de 400 quilômetros. Fiz o que pude fazer até os primeiros 200 quilômetros, enquanto solicitava estudos de impactos ambientais”, relembra.

O ex-ministro destaca, ainda, que a pasta atendia a todos as exigências, mas que a ministra Marina Silva colocava mais dificuldade.

“Lembro de uma reunião que tive com o Lula e essa mesma ministra disse que enquanto fosse ministra não iria autorizar a obra. Essa mesma ministra [Marina Silva] autorizou o asfaltamento da BR-364, que liga Rio Branco a Cruzeiro do Sul, no Acre, uma estrada de floresta virgem. Foi quando descobri que a esquerda constrói narrativas, prometem e não cumprem. A BR pode ser feita, sim, e depende do presidente da República e nunca o PT conseguiu resolver isso. Eu saí há 12 anos e contínua do mesmo jeito”, finaliza.