O ministro já havia requisitado anteriormente que redes sociais preservassem dados relacionados ao investigado.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou por mais 60 dias o inquérito da Polícia Federal que investiga o blogueiro Allan dos Santos. A apuração trata da suposta criação e divulgação de mensagens falsas contra a jornalista Juliana Dal Piva. O inquérito foi instaurado em julho do ano passado, após manifestação favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR) a um pedido feito pela jornalista.

Segundo as investigações, Allan teria fabricado conversas atribuídas a Dal Piva com o objetivo de atacá-la publicamente. Em junho de 2023, ele publicou supostas mensagens em que a jornalista mencionaria um plano de Alexandre de Moraes para prender o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o que foi desmentido.

Com a nova decisão, Moraes determinou que a Meta, empresa responsável pelo Facebook, forneça à Polícia Federal, em até 10 dias, os dados cadastrais completos — como IP e porta lógica de origem — usados na criação dos perfis “AllanConta46” e “AllanConta47”. Também foi solicitado o conteúdo das publicações feitas entre 1º de junho de 2023 e 24 de março de 2024. Em caso de descumprimento, a empresa poderá ser multada em R$ 100 mil por dia.

O ministro já havia requisitado anteriormente que redes sociais preservassem dados relacionados ao investigado, sem violar o conteúdo das postagens.

Allan dos Santos está foragido desde outubro de 2021, quando teve prisão decretada no contexto do inquérito das milícias digitais. Atualmente, ele vive nos Estados Unidos, que já negaram um pedido de extradição feito pelo governo brasileiro.