quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Pesquisar

Advogado dá voz de prisão à juíza em audiência por abuso de autoridade; veja vídeo

abuso de autoridade
Foto reprodução

Conselho Nacional de Justiça (CNJ) abriu apuração após determinação do ministro Luís Felipe Salomão.

Em um episódio que gerou grande repercussão no meio jurídico, o advogado Rafael Dellova deu voz de prisão à juíza Alessandra de Cássia Fonseca Tourinho durante uma audiência na 4ª Vara do Trabalho de Diadema, no último dia 2 de julho. A ação de Dellova foi motivada pelo que ele alegou ser um abuso de autoridade por parte da magistrada.

O incidente ocorreu enquanto a juíza colhia o depoimento da cliente de Dellova. O advogado interrompeu repetidamente a magistrada, impedindo que sua cliente respondesse às perguntas da parte contrária. A juíza Tourinho, em resposta, advertiu a reclamante para que continuasse seu depoimento, apesar das interrupções.

Persistindo em sua postura, Dellova afirmou que continuaria a interromper a audiência caso ela prosseguisse da mesma forma. Em face dessa situação, a juíza decidiu encerrar a sessão e adiar os depoimentos. Foi então que Dellova deu voz de prisão à juíza, alegando abuso de autoridade.

O caso rapidamente ganhou notoriedade e levou o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) a instaurar um pedido de providências, por determinação do ministro Luis Felipe Salomão. O ministro requisitou à Corregedoria Nacional de Justiça que tomasse medidas diante do ocorrido. Em seu pedido, Salomão destacou a importância de o Judiciário manter um olhar atento às questões de gênero, abominando todas as formas de discriminação ou violência e garantindo um tratamento adequado e paritário a todos os profissionais que atuam no Poder Judiciário.

“Ao lidarmos com questões de gênero, é crucial que o Judiciário exerça um papel ativo na eliminação de todas as formas de discriminação e violência. Isso inclui garantir um tratamento justo e igualitário a todos os que prestam serviços no Poder Judiciário”, afirmou o ministro.

A Ordem dos Advogados do Brasil, seccional de São Paulo (OAB-SP), também se pronunciou sobre o episódio, informando que apura todas as infrações que chegam ao seu conhecimento, seja por representação formal ou por meio de divulgações em canais de comunicação. Em nota, a OAB-SP destacou que, conforme o Art. 72, parágrafo 2 da Lei Federal 8.906/94, os processos são sigilosos e não permitem a divulgação das providências eventualmente adotadas, nem mesmo sobre a instauração dos processos. O sigilo é mantido até que haja uma decisão condenatória irrecorrível que penalize o advogado com suspensão ou exclusão dos quadros da OAB.

“A OAB-SP reitera seu compromisso com a ética e o cumprimento da lei, assegurando que todas as denúncias são devidamente apuradas com o rigor necessário. No entanto, por força da legislação vigente, os detalhes dos processos só podem ser divulgados após uma decisão condenatória final e irrecorrível”, informou a instituição em comunicado.

Especialistas jurídicos apontam que, embora a prerrogativa de advogados de defender seus clientes de maneira veemente seja garantida por lei, essa defesa deve ser conduzida dentro dos parâmetros do respeito e da urbanidade.

Várias entidades se posicionaram em defesa da juíza.

*Conteúdo Ampost


Descubra mais sobre Manaustime

Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.

📲 Mantenha-se informado! Siga o CANAL DO MANAUSTIME NO WHATSAPP e receba as principais notícias diretamente no seu dispositivo. Clique e não perca nada!

Deixe o seu Comentário

Advogado dá voz de prisão à juíza em audiência por abuso de autoridade; veja vídeo

plugins premium WordPress