segunda-feira, 8 de julho de 2024
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Abuso sexual em abrigos e nas ruas vira outro pesadelo no RS

Abrigo Rio grande do Sul
Abrigo Rio grande do Sul

Banho disputado nos banheiros coletivos. Colchões face a face com crim1nosos. Escuta de comentários intimidadores ou abordagens físicas durante a noite. São vários os sinais de que sobreviver nos abrigos no Rio Grande do Sul (RS) são mais um pesadelo, após as chuvas que castigaram os gaúchos. Não bastasse o sofrimento vivido pela catástrofe climática, a violência de gênero é uma realidade vivenciada por muitas famílias.

Alertada por especialistas, a história vivenciada pelas vítimas do furacão Katrina, nos Estados Unidos, parece se repetir no Rio Grande do Sul. Embora as autoridades não confirmem números oficiais, crimes de importunação e violência s3xual, abvsos e v1olações de direitos têm sido notificados à Polícia Civil, Conselho Tutelar, Delegacia da Mulher e Ministério Público.

Quando vieram à tona as primeiras notícias sobre o tema, representantes do Instituto E Se Fosse Você, presidido pela ex-deputada federal Manuela d’Ávila (PcdoB), criaram espaços de acolhimento dedicados às mulheres e crianças. Um deles fica no bairro Santana, em Porto Alegre.

Antes de chegar ali, as cenas vivenciadas por P. A. D. em um colégio da zona norte de Porto Alegre foram típicas de um filme de terror. Ela prefere não se identificar à reportagem, mas conta que, instalada em um quarto com sete homens, ela e a filha passaram por assédio s3xual, violência psicológica e ameaças de diversos tipos.

“Eles falavam que tinham estado na cadeia, que tinham hom1cídios nas costas e passavam a madrugada falando baixaria, sob o efeito de dr0ga, falando sobre v1olência. E ficavam nos observando”, relembra. A entrevistada conta que os colegas de quarto pegavam itens da dispensa para trocar por dr0gas.

As situações vivenciadas eram constrangedoras, mas quando os asséd1os físicos começaram, a tensão se agravou. “Um deles começou a ass3diar a minha filha (de 14 anos). Eu não dormia de noite. Eu passava a noite toda acordada, abraçada nela, vigiando. Uma noite o homem pensou que ela estava dormindo e veio tocar nela. Aí perguntei o que ele queria e ele saiu.”

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