Em mais uma guinada na trajetória política, ex-ministro anuncia filiação ao partido Democracia Cristã, afirma que ministérios do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas paralisam o País e defende programa dos ‘4Rs’ para o crescimento
O ex-ministro Aldo Rebelo lançará sua candidatura à Presidência pelo partido Democracia Cristã (DC), em 2026, com a plataforma dos “4Rs”: retomada do crescimento, redução das desigualdades, revalorização da democracia e reconstrução da agenda de defesa nacional. Antes aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Rebelo agora faz fortes críticas ao governo e a entidades ligadas ao meio ambiente e aos povos indígenas, como o Ibama e a Funai.
“Ibama, Ministério Público, Ministério do Meio Ambiente, Funai e Ministério dos Povos Indígenas são responsáveis por parar o País, com a cumplicidade do presidente, que é quem nomeia. Ou você remove os obstáculos para o crescimento ou o Brasil não vai sair do lugar”, afirma.
Para o ex-ministro, essas instituições “imobilizam” o que ele chama de três alavancas para o desenvolvimento nacional: as fronteiras da agroindústria, da energia e dos minérios.
Rebelo anunciou o desligamento do MDB após coordenar para a sigla o programa “Caminhos para o Brasil – Nosso País, Nossa Causa”. Agora, quer disputar a eleição para o Palácio do Planalto por um partido nanico. Será a primeira vez desde 1998 que o Democracia Cristã terá um novo candidato à Presidência. Sai de cena José Maria Eymael – que deixou o comando do DC em julho – e entra como “presidenciável” um ex-comunista.
Ex-aliado do PT, Rebelo já ocupou o Ministério da Coordenação Política no primeiro mandato de Lula e presidiu a Câmara dos Deputados de 2005 a 2007. Depois, sob o governo Dilma Rousseff, foi ministro do Esporte, da Ciência, Tecnologia e Inovação e da Defesa.
Desde que, em 2017, deixou o PCdoB, partido no qual militou por 40 anos, o ex-ministro passou por outras quatro legendas – PSB, Solidariedade, PDT e MDB – e deu uma guinada em sua trajetória política. Nos últimos tempos, ele se afastou da esquerda e se aproximou do bolsonarismo. Em 2024, foi secretário municipal de Relações Internacionais na gestão do prefeito Ricardo Nunes.
Rompido com Lula, Rebelo diz que hoje o petista é “refém” do Supremo Tribunal Federal (STF) “O Brasil tem um governo sem autoridade, refém do STF e sequestrado pela sua própria fraqueza. Não conta com o Congresso para nada”, criticou. “É o governo que mais sofreu derrotas para o Congresso nas últimas décadas e que se mantém de pé porque está escorado nas decisões do STF”.
No seu diagnóstico, o Congresso quer exercer atribuições do Executivo pelo chamado orçamento secreto e o STF “usurpa” competências dos dois outros Poderes. “O Brasil precisa é reunir o poder blindado”, avaliou.
No ano passado, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) definiu Rebelo como “um cara fantástico” e chegou a dizer que gostaria de vê-lo à frente do Ministério da Amazônia, em uma eventual segunda gestão. Com Bolsonaro preso, Rebelo defende agora a anistia. Não apenas para o ex-presidente como “para todos” os envolvidos na trama golpista.
“Como é que você pacifica um país? É esquecendo. Se quiser pacificar, é para anistiar todo mundo. Você não quer chegar ao governo para botar o antecessor na cadeia”, argumentou o ex-ministro, destacando que o Brasil tem coisas mais importantes para cuidar. “O País precisa reunir energias para cuidar de seu futuro. E esses problemas menores precisam ser esquecidos”, insistiu.
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