Homem atuava irregularmente em plantões, não possui CRM e foi denunciado por agressão dentro do SPA do Alvorada.

Novas informações revelaram que o homem flagrado agredindo uma mulher dentro do Serviço de Pronto Atendimento (SPA) do Alvorada, na zona Centro-Oeste de Manaus, não é médico, como se acreditava inicialmente. Documentos e relatos confirmam que se trata de Adriel Martins das Neves, expulso do curso de Medicina da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) em 2021.

Segundo a Portaria nº 304/2021, a exclusão ocorreu após sindicância administrativa que constatou infração disciplinar grave, resultando no desligamento definitivo do estudante. Desde então, Adriel não concluiu a graduação e não possui registro no Conselho Regional de Medicina (CRM).

Apesar disso, denúncias apontam que ele continuava atuando em plantões médicos de forma irregular, sendo remunerado por profissionais que repassavam escalas — prática considerada ilegal. Ex-colegas relatam que Adriel já realizava atendimentos antes mesmo de concluir o curso e seguiu exercendo atividades médicas mesmo após a expulsão.

Além das irregularidades profissionais, relatos indicam que Adriel responde a processo judicial por estupro envolvendo uma ex-aluna, com condenação a sete anos de prisão. Apesar da sentença, ele permanece em liberdade, o que tem gerado indignação entre integrantes da comunidade acadêmica.

Agressão dentro do SPA

O episódio mais recente ocorreu no dia 27 de dezembro de 2025, quando a dona de casa Rosicleide Rodrigues Sobrinho denunciou ter sido agredida e ameaçada ao tentar filmar o atendimento prestado à mãe, de 65 anos, no SPA do Alvorada.

Segundo o relato, a idosa foi classificada como caso de emergência, mas apresentou piora clínica enquanto aguardava atendimento. Ao solicitar nova aferição da pressão arterial e medicação, Rosicleide teria sido informada de que deveria aguardar a senha.

Insatisfeita com a situação, a filha passou a registrar o atendimento em vídeo. Nesse momento, o agressor teria se aproximado, feito ameaças e afirmado que quebraria o celular. Mesmo após a vítima guardar o aparelho, as intimidações continuaram.

Ao retomar a gravação, o homem teria arremessado o celular no chão e agredido Rosicleide, atingindo-a no pescoço. As ameaças, segundo a denúncia, continuaram mesmo na presença da mãe da vítima.

Abalada, Rosicleide relatou medo, humilhação e sensação de insegurança. Ela afirmou ainda que o agressor se apresentou como auxiliar de cirurgião da unidade.

A Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM) informou, por meio de nota, que adotou providências administrativas e judiciais contra o profissional envolvido no episódio.