Ex-assessor do ministro do STF foi entrevistado pelo programa Faroeste à Brasileira
Ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Eduardo Tagliaferro confirmou que o magistrado pressionava representantes das plataformas de rede sociais para tentar censurar a direita. A denúncia ocorreu em entrevista ao programa Faroeste à Brasileira, realizada nesta segunda-feira, 29.
“Existia um mutirão de perseguição à direita”, afirmou Tagliaferro. “Eram várias pessoas do grupo de Moraes que ficavam o tempo inteiro olhando redes sociais ou recebendo informações em um grupo do próprio Supremo Tribunal Federal.”
O ex-assessor afirmou que não havia pessoas de direita nessa equipe de Moraes. O ministro do STF teria também pressionado representantes de big techs ligadas a redes sociais, como Meta, Telegram e outras.
“Existiam constantes reuniões onde o pessoal das plataformas ia ao Tribunal Superior Eleitoral”, revelou Tagliaferro. “Ali, discutíamos algumas pautas, principalmente com relação às políticas de privacidade das plataformas.”

Interpelado pelo advogado André Marsiglia, Tagliaferro afirmou que enviou ofícios aos representantes para que “agissem rápido a pedido do próprio Alexandre de Moraes”, então presidente do TSE.
“Essa pressão era grande, inclusive com multas pesadas”, destacou o ex-assessor. “Os valores variavam de R$ 100 mil e 150 mil por hora, depois de duas horas sem a derrubada dos conteúdos.”
Tagliaferro ainda explicou que existia uma cobrança para que os algoritmos atuassem automaticamente para apagar postagens que fizesse denúncia à esquerda. “Postagens de um público de direita que falariam da esquerda ou de Lula”, exemplificou, citando conteúdos que deveriam ser derrubados.
A Subcomissão Especial Sobre o Combate à Censura ouviu Eduardo Tagliaferro na quarta-feira 24. O ex-assessor prestou depoimento pela terceira vez, atendendo a um requerimento do deputado Gustavo Gayer (PL-GO).
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