A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Amazonas (FICCO/AM) prendeu, no último dia 8 de setembro, em Manaus, Paulo Victor de Brito Alvino, flagrado com R$ 300 mil em espécie e uma pistola Glock calibre .380. O que parecia ser apenas mais uma ocorrência policial ganhou contornos políticos explosivos ao se confirmar que o preso é filho de Vanderlei Alvino, o “Vandex”, atual Diretor do Centro de Cooperação Técnica do Interior (CCOTI) da ALE-AM e aliado direto do presidente da Assembleia Legislativa, Roberto Cidade, e do governador Wilson Lima.
Prisão em flagrante
A abordagem ocorreu logo após Paulo Victor sair de uma agência bancária no bairro Parque 10. Segundo a investigação, o dinheiro tinha origem criminosa e estava vinculado a uma empresa de fachada sem atividade econômica real. Relatórios da PF apontam que, dias antes, ele já havia sacado outra quantia milionária — em 29 de agosto, por exemplo, retirou R$ 400 mil de uma conta vinculada à Harpia Solutions Ltda., sediada em Manaus.

Durante a busca em seu veículo, além da quantia em dinheiro, os agentes encontraram a arma de fogo, levando à autuação também por porte ilegal de arma de uso permitido.


Esquema investigado pela PF
O processo aberto na Justiça Federal (nº 1041845-56.2025.4.01.3200) enquadra Paulo Victor nos crimes de lavagem de dinheiro e ocultação de bens, além de crimes do Sistema Nacional de Armas. Fontes ligadas à investigação afirmam que os recursos movimentados podem estar ligados ao tráfico internacional de drogas, com forte atuação de facções criminosas no estado.
A operação da FICCO/AM contou com apoio da Polícia Federal, PRF, Polícia Civil, Polícia Militar, Seai, Seap e Rocam, e foi deflagrada após denúncias sobre movimentações financeiras suspeitas.

Liberdade em menos de 48 horas
Apesar da gravidade das acusações, Paulo Victor foi solto no dia seguinte à prisão (10/9), após o pagamento de uma fiança de R$ 75.900,00, equivalente a 50 salários mínimos. A decisão judicial também impôs medidas cautelares, como comparecimento semanal em juízo, proibição de mudar de endereço sem aviso prévio e monitoramento eletrônico por meio de contatos informados à Vara.
O despacho judicial deixou claro que o descumprimento das medidas pode levar à decretação da prisão preventiva.


Escândalo político
O caso expõe a delicada interseção entre política, poder e crime organizado no Amazonas. Vanderlei Alvino, o “Vandex”, pai do acusado, ocupa cargo estratégico na ALE-AM e é considerado aliado próximo do governador Wilson Lima e de Roberto Cidade. A ligação direta entre seu filho e um esquema de lavagem de dinheiro milionário levanta suspeitas sobre até onde vão as conexões entre facções criminosas e bastidores da política amazonense.
Outros indícios de irregularidades
As apurações da PF ainda citam a Harpia Solutions Ltda., empresa utilizada por Paulo Victor para movimentar valores suspeitos. Curiosamente, a mesma empresa aparece em contratos da Prefeitura do Recife, alvo de denúncias de sobrepreço na compra de aparelhos de ar-condicionado para escolas municipais. Levantamentos indicam que o negócio pode ter gerado um superfaturamento de aproximadamente R$ 805 mil, reforçando os indícios de que a firma seria apenas uma “fachada” para operações escusas.






*Fonte cm7brasil
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