Controlada pelo Partido Comunista Chinês, a rede de cartões chega ao Brasil para disputar mercado financeiro.
A entrada oficial da UnionPay no mercado financeiro brasileiro está gerando polêmica. Ligada diretamente ao governo comunista da China, a maior rede de cartões de crédito do mundo passa agora a operar no Brasil, com objetivo de bater de frente com as tradicionais bandeiras ocidentais como Visa, Mastercard e American Express. No entanto, especialistas e críticos apontam que a operação pode representar mais do que uma simples diversificação do mercado: trata-se, segundo eles, de uma estratégia geopolítica com implicações profundas para a soberania nacional.
O anúncio da entrada da UnionPay no Brasil foi feito pelo financista José Kobori, professor do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), em entrevista ao site GGN, do jornalista Luis Nassif. Segundo Kobori, a proposta da empresa chinesa é diferenciada: parte do lucro gerado pelas transações será revertida para movimentos sociais escolhidos pelos próprios clientes — entre eles, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
“Quando alguém se cadastra no banco, pode escolher quem quer ajudar, por exemplo, o MST ou outro movimento popular. A receita gerada por transações como o Pix ou o uso de cartão é parcialmente revertida para essas entidades. É uma estrutura pensada para apoiar, de fato, quem constrói transformação social“, afirmou Kobori.
Aparentemente benevolente, a iniciativa esconde uma engrenagem maior e mais perigosa: a consolidação do avanço econômico chinês sobre setores estratégicos do Brasil, sob o pretexto de promover inclusão financeira e justiça social.
Uma “nova proposta” com DNA autoritário
Controlada pelo Partido Comunista Chinês, a UnionPay opera como braço econômico do governo de Xi Jinping. Na China, ela integra um sistema de vigilância financeira que alimenta o polêmico “sistema de crédito social” — mecanismo que monitora o comportamento dos cidadãos e impõe punições ou recompensas de acordo com sua conduta, compras, opiniões políticas e interações online.
Ao entrar no Brasil com o respaldo de setores da esquerda e o beneplácito do Banco Central, a UnionPay inaugura uma nova fase da infiltração econômica chinesa na América Latina. Mais do que disputar mercado com as bandeiras americanas, a estratégia da empresa é implantar uma lógica de controle e influência política disfarçada de “inclusão social”.
Um projeto de poder, não apenas de mercado
A chegada da UnionPay não pode ser analisada apenas sob o prisma da concorrência ou da inovação no setor financeiro. Trata-se de um projeto de poder global, em que a China utiliza seus tentáculos econômicos — empresas estatais, infraestrutura, energia, telecomunicações e agora pagamentos digitais — para aumentar sua influência sobre países em desenvolvimento, explorando brechas deixadas pelo enfraquecimento dos Estados Unidos na região.
Para os críticos, o movimento não se trata apenas de concorrência de mercado, mas de infiltração econômica. O temor é que, ao permitir a atuação de uma empresa ligada a um regime que não respeita liberdades individuais, o Brasil possa estar abrindo mão, de forma gradual, de sua autonomia sobre os meios de pagamento e, por extensão, sobre a própria economia.
*Fonte ampost
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