Defesa Civil realizou vistoria no local na manhã desta quarta-feira (20)

A fábrica de pães que pegou fogo na última terça-feira (19) no bairro Fernão Dias, região Nordeste de Belo Horizonte, está totalmente interditada. A decisão foi tomada pela Defesa Civil de Belo Horizonte após vistoria realizada na manhã desta quarta-feira (20). Os proprietários do local foram notificados a tomar medidas de mitigação dos danos e de reestruturação do local.

Segundo o órgão, a fábrica tem três andares. Em todos os pavimentos foram verificados danos, sendo que o segundo e o terceiro têm risco de queda de estruturas. 

“Foram detectadas patologias severas do terceiro pavimento, com risco iminente de colapso das frações remanescentes, uma vez que o mesanino também já colapsou parcialmente. Foi feita a avaliação no primeiro pavimento, onde detectamos também algumas patologias, como as rachadoras e fendas”, explica o agente de proteção e Defesa Civil de Belo Horizonte, Marcos Vinicius Vitório.

Uma parede lateral da fábrica esta com uma grande rachadura, que percorre a estrutura do teto ao chão. Este ponto do prédio está levemente torto. Outros imóveis no entorno da fábrica devem passar por vistoria da Defesa Civil, para avaliação de possíveis danos do incêndio. Ainda não há previsão para essa vistoria.

Os sócios donos da fábrica estiveram no local, mas não quiseram conversar com a imprensa.

Risco de reignição

O Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais precisou, na manhã desta quarta-feira (20), retornar à fábrica de pães. O fogo destruiu o estabelecimento na tarde e noite da última terça-feira (19), e na manhã desta quarta-feira, houve risco de reignição das chamas.

O local amanheceu fechado, mas com muita fumaça saindo das janelas. Preocupados, moradores e frequentadores da região paravam em frente à fábrica, que funciona no local há 17 anos, para ver como ficou o prédio. Um forte cheiro de queimado ainda pairava no ar e incomodava quem passava no local. No chão ainda há máscaras sujas de fuligem, deixadas por pessoas que acompanharam a ocorrência.

Conforme o Corpo de Bombeiros, a reignição ocorreu em alguns pequenos focos, mas a situação está sob controle. Os proprietários do estabelecimento acionaram os militares. 

“São pequenos focos que houve reignição e que por conta da fumaça incomoda a sociedade. Já estamos realizando os combates da forma mais segura possível para realizar a debelação do incêndio. São muitos materiais combustíveis no local e, como eles queimam em profundidade, de certa forma, há essa reignição com o passar do tempo”, explica o aspirante do Corpo de Bombeiros Luiz Felipe Salgado.

Segundo os bombeiros, a fábrica está com o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) em dia.

“Susto muito grande”, diz morador da região 

A fábrica está no local há cerca de 17 anos e, conforme apuração de O TEMPO, emprega quase 400 funcionários. O local fabrica pães, bisnagas e bolos e comercializa produtos para vários locais do Brasil. As altas chamas no local assustaram o pastor Pedro Fernandes, de 60 anos, que mora bem de frente para a fábrica.

“A gente ficou com medo de explosões. A luz foi cortada por volta de 15h e de 19h, porque os Bombeiros estavam tentando proteger vários cilindros que tem dentro da fábrica. Para nós foi uma coisa muito aterrorizante”, relata. 

Pedro também descreve o desespero e a tristeza dos funcionários da fábrica, que tiveram que ser evacuados às pressas. Na hora, eram mais de 100 funcionários no prédio.

“A gente viu o desespero dos funcionários saindo e correndo, alguns foram atendidos pelo Samu. Alguns estavam chorando, porque a coisa foi bem triste, para todos nós e para eles que trabalham”, lamenta.