A decisão ocorre em meio a investigações conduzidas pela Polícia Federal.
A Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal (OAB-DF) suspendeu temporariamente a carteira da advogada Caroline Azeredo, investigada por suposto envolvimento em um esquema de venda de decisões no Superior Tribunal de Justiça (STJ). A decisão ocorre em meio a investigações conduzidas pela Polícia Federal e pela própria OAB-DF, que apuram se Azeredo teria atuado como intermediária para influenciar sentenças no gabinete da ministra Nancy Andrighi.
A denúncia contra Caroline surgiu após seu ex-namorado, o advogado Rodrigo de Alencastro, afirmar à polícia que ouviu Azeredo discutindo a possibilidade de usar uma lista de processos do gabinete de Andrighi para vender decisões a terceiros. Segundo ele, Azeredo teria contado com uma rede de contatos para oferecer sentenças favoráveis a clientes dispostos a pagar pelo benefício.
Denúncias e processo disciplinar
A revelação do esquema foi noticiada pela revista Veja, que destacou que Alencastro, ao denunciar Azeredo, mencionou uma oferta de R$ 500 mil em troca de uma decisão favorável. O deputado distrital Luiz, que também foi ouvido nas investigações, confirmou que recebeu a proposta para o pagamento e, ao recusá-la, teve um veredito desfavorável no processo em questão.
A ministra Nancy Andrighi, que nega qualquer envolvimento nas irregularidades, solicitou uma investigação para verificar se assessores de seu gabinete poderiam estar conectados ao esquema. Em declaração pública, Andrighi ressaltou a importância de uma apuração rigorosa e declarou que um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) já foi instaurado para avaliar o caso.
Medidas da OAB-DF e desdobramentos
A OAB-DF instaurou um processo disciplinar para apurar se Caroline Azeredo violou os códigos de ética da advocacia, o que poderia resultar na cassação definitiva de sua licença para advogar. A decisão da suspensão temporária, aprovada pelo tribunal de ética da OAB-DF nesta terça-feira (5), visa garantir o andamento imparcial das investigações e evitar qualquer influência indevida no processo em curso.
A advogada, por sua vez, ainda não se pronunciou sobre as acusações. De acordo com o portal UOL, tentativas de contato com Azeredo foram feitas desde 29 de outubro, mas sem sucesso até o momento da publicação da reportagem.
Contexto mais amplo da investigação
A suspeita de venda de influência no STJ não é inédita, e Azeredo é apenas uma das figuras que estão sendo investigadas. A operação também analisa o papel de outros intermediários, incluindo o lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, que estaria envolvido em práticas semelhantes. Caso se confirmem as acusações, o caso pode representar um escândalo de grandes proporções no Judiciário brasileiro, com potencial de impactar a confiança pública nas instituições.
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