Em um movimento digno dos maiores estrategistas da comédia política contemporânea, Pablo Marçal, o visionário e candidato a prefeito de São Paulo, resolveu cutucar ninguém menos que o presidente Lula. E o fez com a sutileza de um elefante em uma loja de cristais, ao trocar o nome do presidente para “Lule” em um comentário no Instagram. O uso intencional da linguagem neutra, uma bandeira levantada por setores da esquerda, caiu como uma bomba humorística no cenário virtual.

O comentário, que dizia “Que aconteceu aí, Lule?”, veio acompanhado de uma imagem que, por si só, já era provocação pura: de um lado, Marçal cercado por uma multidão com camisetas verde e amarelo; do outro, Lula em um carro clássico desfilando praticamente sozinho no 7 de setembro. É como se Marçal dissesse: “Lule, querido, cadê seu povão?”

Veja:

A jogada foi brilhante. Ao usar “Lule”, Marçal conseguiu ao mesmo tempo ironizar a linguagem neutra e deixar no ar uma questão maliciosa: será que Lula, o eterno líder sindical, ainda tem aquela “conexão com o povo” que o consagrou? Afinal, a foto não parece lá muito favorável, com o presidente em um desfile mais vazio do que reunião de condomínio.

Nos comentários, a internet, sempre rápida no gatilho, pegou carona no humor ácido. Entre risadas e piadinhas, a zoeira correu solta. Um seguidor afirmou: “Até no helicóptero que tu tava tinha mais gente que no desfile do Lule”, enquanto outro observou que “Lule comemorou o 7 de setembro com 7 pessoas”. Aparentemente, o número de apoiadores de Lula estava tão baixo que a contagem poderia ser feita a olho nu.

Se a equipe de comunicação do presidente estivesse mais atenta, já poderia ter emitido uma nota dizendo que a presença foi “intimista” ou que “menos é mais”, mas o silêncio só contribuiu para que o clima ficasse ainda mais divertido. Enquanto isso, Marçal, com seu humor provocador, mostrou que também tem talento para trollar a esquerda. E de quebra, ainda ganhou umas boas curtidas.