Investigados podem responder por crimes de promoção, constituição, financiamento ou integração em organização criminosa.
Uma megaoperação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) mobilizou, nesta sexta-feira (30), 342 agentes para cumprir 90 mandados, sendo 47 de prisão temporária e 43 de busca e apreensão, contra suspeitos de integrar a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) no DF.
Até o início da tarde, dos 47 mandados de prisão, 36 foram cumpridos: 26 suspeitos já estavam presos e 10 se encontravam em liberdade. Portanto, onze pessoas seguem foragidas.
Jorge Teixeira, delegado-adjunto da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco), sob guarda-chuva do Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Decor), explicou finalidade de mandados contra alvos que já estão no sistema prisional.
“Primeiro, caráter pedagógico de demonstrar que [pelo] fato de ter cometido crime e ingressar em facção criminosa no passado, ainda que ele hoje diga que não integra mais, está sendo levado à Justiça para pagar a ‘conta’ judicial por ter ingressado. Outro motivo é que alguns deles podem estar já às portas de serem liberados no semiaberto ou receberem algum benefício do sistema penal e mandado de prisão impede isso”, detalhou.
“Terceiro objetivo: eles vão repensar, talvez, em não cooptar outros colegas presos, presidiários, e os que não receberam hoje esse mandado também [talvez] repensem se vale a pena ingressar na facção criminosa”, completou Teixeira.
A operação marca a terceira fase da força-tarefa Saturação: essa etapa visa desarticular “organização criminosa de alcance nacional” que, segundo a PCDF, “tenta se fortalecer” na capital federal.
“As investigações revelaram que os integrantes da organização criminosa estavam envolvidos em atividades ilícitas como tráfico de drogas, crimes patrimoniais e crimes violentos, além do recrutamento de novos membros com o objetivo de fortalecer a estrutura da organização e expandir suas operações”, detalhou a polícia, em nota.
Mandados contra suspeitos em residências e celas de presídios
Alvos, de acordo com a PCDF, são “suspeitos que se encontram nas ruas e recolhidos no sistema prisional”. Ordens de busca e apreensão foram executadas por agentes em casas de suspeitos de integrar PCC e também em celas de unidades do Complexo Penitenciário da Papuda, como Centro de Detenção Provisória (CDP), Centro de Internamento e Reeducação (CIR) e Presídio Feminino do DF (PFDF).
Endereços residenciais se localizam nas regiões administrativas (RAs) de Planaltina, Riacho Fundo II, São Sebastião, Guará, Sobradinho, Sobradinho II, Recanto das Emas, Ceilândia, Itapoã e Cidade Estrutural, no DF, em Águas Lindas (GO), Novo Gama (GO) e Luziânia (GO), no entorno da capital federal, e em Mogi das Cruzes (SP).
Investigados podem responder por crimes de promoção, constituição, financiamento ou integração em organização criminosa. Penas podem ser agravadas e ultrapassar 13 anos de reclusão.
Megaoperação
Mobilizando 342 pessoas, entre delegados, agentes policiais e penais, a PCDF deflagrou a terceira fase da operação Saturação por meio da Draco, ligada à Decor.
A força-tarefa também recebeu apoio do Núcleo de Fiscalização do Sistema Penitenciário do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (Nupri/MPDFT) e suporte operacional da Secretaria de Administração Penitenciária (Seape), além de unidades da PCDF vinculadas ao Departamento de Atividades Especiais (Depate) e Departamento de Polícia Especializada (DPE).
*Com informações da assessoria
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