A crítica da ministra contrasta com a posição do presidente Lula e do PT, que minimizou as irregularidades nas eleições venezuelanas.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, provocou um embate político ao criticar abertamente o regime de Nicolás Maduro na Venezuela, classificando-o como não democrático. Em declarações feitas na quarta-feira (31), Marina afirmou que o regime venezuelano não corresponde a um sistema democrático, cobrando transparência na recente eleição presidencial que garantiu a reeleição de Maduro.

“Um regime democrático pressupõe eleições livres, e o atual cenário na Venezuela não atende a essa definição”, declarou Marina em entrevista à coluna de Guilherme Amado, do Metrópoles. A ministra destacou que a comunidade internacional tem levantado sérias dúvidas sobre a legitimidade das eleições, com acusações de fraude e uma oposição que alega ter vencido com o candidato Edmundo Gonzalez.

Marina elogiou a postura do Itamaraty, que se manifestou pedindo a apresentação das atas eleitorais como um passo crucial para garantir a transparência e a legitimidade do processo. “A cobrança é uma forma de colaborar com o fortalecimento da democracia no continente”, afirmou a ministra, reforçando seu compromisso com os princípios democráticos e os direitos humanos.

Contudo, a crítica de Marina Silva contrasta com a posição do presidente Lula e do PT, pois um dia antes, Lula minimizou as irregularidades apontadas e declarou não ver nada “anormal” ou “grave” nas eleições venezuelanas. O PT, por sua vez, endossou a vitória de Maduro, descrevendo o pleito como uma “jornada pacífica, democrática e soberana”.