A música amazonense perdeu hoje (18/1) uma de suas figuras mais proeminentes, com o falecimento do renomado músico Rudeimar Soares Teixeira, conhecido carinhosamente como Teixeira de Manaus. Aos 80 anos, o artista sucumbiu a um câncer na hipófise. Sua partida ocorreu na madrugada desta quinta-feira, na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Santa Júlia, onde estava internado desde a semana passada.
Teixeira de Manaus deixou uma marca brilhante na música brasileira, especialmente na região norte do país. Nascido na comunidade da costa do Catalão, próximo à confluência dos rios Solimões e Negro, o jovem Ruideimar migrou para Manaus nos anos 1960, em busca de formação escolar. Iniciou sua trajetória musical tocando flauta e saxofone, e na década de 1970, fundou o grupo RT4, nome que fazia referência a Rudeimar Teixeira e seus quatro músicos.
O maestro Teixeira, como era conhecido pelos colegas, tornou-se uma figura proeminente na cena musical de Manaus, tocando em casas noturnas e nas festas populares dos “beiradões” amazonenses. Foi em 1980, na boate Saramandaia, que sua carreira alcançou novos patamares ao receber a visita do Rei do Carimbó, Pinduca. Essa colaboração resultou no lançamento do álbum “Lambada para dançar” em 1981, que vendeu mais de 100 mil cópias e consagrou Teixeira de Manaus como um dos ícones da lambada amazonense.
Seu hit mais notório, “Deixa o Meu Sax Entrar”, foi eleito pela Rede Amazônica de Televisão, em 2019, como a Música que é Cara de Manaus, ampliando sua popularidade para além das fronteiras do Amazonas. O saxofonista tornou-se uma referência na cena musical brasileira, sendo considerado um dos criadores da lambada amazonense.
O legado de Teixeira de Manaus transcende o âmbito musical, despertando interesse na academia. Sua trajetória artística é tema de Trabalhos de Conclusão de Curso, dissertações de mestrado e teses em ciências sociais, evidenciando o impacto duradouro de sua contribuição para a cultura local.
Homenageado em eventos como o Festival Amazonas Jazz e o carnaval da Banda do Boulevard, Teixeira de Manaus é recordado como um dos músicos mais talentosos e respeitados do Amazonas. Sua música, que misturava influências de forró, carimbó, salsa, cumbia e jazz, permanece viva nos salões chiques e nos beiradões, representando a riqueza cultural da região.
A despedida do virtuoso do sax deixa um vazio na música amazonense, mas sua obra continua a ecoar, celebrando a autenticidade e a diversidade sonora da região.
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