O vereador afirmou que, a depender do que for apurado, a Câmara tomará as providências.
Em uma entrevista concedida à jornalista Cynthia Blink, no podcast “Isso Não É Uma Entrevista”, transmitido pelo site Diário da Capital, o presidente da Câmara Municipal de Manaus (CMM), vereador Caio André (Podemos), voltou a criticar os bloqueios das contas do Legislativo pela Prefeitura de Manaus e criticou, também, a gestão de David Almeida (Avante).
“NÃO TEMOS NENHUM VIADUTO. AS OBRAS SÃO MUITO INSIPIENTES. O ASFALTO ESTÁ PARADO, CONTINUA COM A MESMA CONVERSA DO ANO PASSADO, NÃO HOUVE AUMENTO NO NÚMERO DE RUAS ASFALTADAS”, DISSE CAIO ANDRÉ.
O parlamentar informou quais medidas serão tomadas para apurar o bloqueio das contas da Câmara Municipal, que ocorreu após os vereadores rejeitarem um empréstimo que a Prefeitura pretendia contrair junto ao Banco do Brasil, no valor de R$ 600 milhões, sob pretexto de financiar obras de infraestrutura na cidade.
“O PROJETO SÓ DIZ QUE VAI PARA O FUNDO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO URBANO, O FMDU. NÃO DIZ EM NENHUM MOMENTO QUE VAI TANTO DE RECURSO PARA O ASFALTO, TANTO PARA CONSTRUÇÃO DE CRECHE OU DESASSOREAMENTO DOS IGARAPÉS. NÃO HOUVE NA MENSAGEM QUE ISSO IRIA ACONTECER E NEM A COMPROVAÇÃO PARA ONDE IRIA NO PROJETO BÁSICO”.
Segundo o presidente da Câmara, o artigo 6º do projeto de lei do empréstimo ainda dispensava a nota de empenho, o que afeta a transparência dos gastos públicos.
“FICAVA DISPENSADO A NOTA DE EMPENHO. ISSO QUER DIZER QUE NÃO TEREMOS TRANSPARÊNCIA, NÃO SABEREMOS PARA ONDE VAI O DINHEIRO!”
Caso o pedido fosse aprovado, a Prefeitura atingiria quase R$ 2 bilhões em empréstimos em três anos de gestão do prefeito David Almeida.
Além disso, o parlamentar argumentou que o projeto não tinha sequer parecer da Procuradoria Geral do Município, assim como não haviam estudos sobre o impacto financeiro e de endividamento.
“A GENTE NÃO PODE SIMPLESMENTE PEGAR UM RECURSO DESSA MONTA E DIZER ‘VAI LÁ PREFEITO, FAÇA DO JEITO QUE VOCÊ QUISER”.
Em uma menção às reclamações de David Almeida, que chegou a dizer que a rejeição do empréstimo milionário deixaria a prefeitura impedida de trabalhar, Caio André questionou a destinação dos valores já aprovados pela CMM.
“E OS OUTROS 1 BILHÃO E 200, PRA ONDE FOI? PRA ONDE FORAM? NÃO FEZ TRABALHOS EM MANAUS. ASFALTOU, MAS A GENTE NÃO SABE. ALGUÉM SABE DIZER? EU NÃO SEI DIZER.”
Caio André afirmou que David Almeida não se cercou das pessoas certas e criticou a postura de secretários que produziram postagens para atacar os vereadores que votaram contra o empréstimo.
“BOA PARTE DOS SECRETÁRIOS ESTÃO GASTANDO TEMPO E DINHEIRO DO CONTRIBUINTE PARA MANDAR NAS REDES SOCIAIS QUE OS VEREADORES ESTÃO CONTRA MANAUS. TEM ALGUÉM QUE ACHA QUE OS VEREADORES QUEREM O MAL DE MANAUS? CHEGOU O ASFALTO NA TUA RUA? NA MINHA NÃO”, DISSE CAIO ANDRÉ.
Perguntado se teria “peito” pra entrar com um pedido de impeachment, o vereador respondeu que tem “peito pra tudo”, mas não vê como algo positivo para a cidade.
“EU NÃO SEI SE IMPEACHMENT É BOM PARA A CIDADE DE MANAUS, DE VERDADE. EU NÃO TOMO DECISÕES COM O FÍGADO, É SEMPRE COM A CABEÇA E COM TRANQUILIDADE. O MELHOR QUE NÓS TEMOS A FAZER É ESTARMOS TODOS NO MESMO CAMINHO PENSANDO NO MELHOR PARA A CIDADE”.
Apuração
Um vídeo exibido em coletiva de imprensa na CMM, na quinta-feira (10), produzido pela Diretoria Financeira da CMM, mostra que, segundo o registro do sistema, uma funcionária da Secretaria Municipal de Finanças (SEMEF) teria realizado o bloqueio das contas da Câmara Municipal.
“Vamos convocar a funcionária e o secretário da pasta para saber de quem partiu a ordem ou se foi por desídia, e a partir daí tomamos as providências”, disse Caio André.
O vereador afirmou que, a depender do que for apurado, a Câmara tomará as providências.
“Se houver necessidade de ir ao judiciário, a Câmara irá. Se houver necessidade de abrir procedimentos, serão abertos. A partir do que ouvirmos, tomaremos as providências”.
Candidatura a vice
Pergutado se tem o interesse de ser candidato a vice-prefeito, o vereador negou os rumores e disse estar interessado na sua reeleição para o parlamento municipal.
“Eu não penso em ser vice, eu penso em ser reeleito vereador. Depende das conjecturas partidárias. Estarei onde o Wilson Lima estiver. Falta muita água passar pela ponte ainda.”
Gilmar Nascimento
Ao responder sobre o processo de quebra de decoro parlamentar enviado à Câmara por um cidadão contra o vereador Gilmar Nascimento (Sem partido), o presidente Caio André respondeu que o processo foi enviado para a procuradoria.
O procurador responsável analisou o documento e identificou uma falha formal, e assim como o impeachment de David Almeida, a denúncia foi arquivada.
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