15/10/2025
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Comandada pelo grupo Atem, Refinaria da Amazônia vende gás de cozinha 72% mais caro que Petrobras

Foto reprodução

A Ream é responsável pelo preço mais alto do gás de cozinha no Brasil, conforme mostra pesquisa do OSP.

Levantamento realizado pelo Observatório Social do Petróleo (OSP), aponta que o gás de cozinha vendido pela Refinaria da Amazônia (Ream), antiga Refinaria de Manaus (Reman), que é comandada exclusivamente pelo Grupo Atem após ser privatizada pelo governo de Jair Bolsonaro em dezembro de 2022, possui o preço mais alto do país. O valor do gás de cozinha de 13 quilos comercializado pela Ream é de R$ 54,41, o que representa um acréscimo de 72% em relação ao preço cobrado pela Petrobras, atualmente estatal.

O relatório do OSP revela que a diferença de R$ 22,75 entre o preço da Ream e o praticado pela Petrobras é a maior desde que a refinaria foi privatizada. Nas unidades estatais, o gás de cozinha de 13 quilos é vendido por R$ 31,66.

No dia 19 de outubro, a Ream aplicou um aumento de 19% no preço do gás de cozinha, ampliando ainda mais a margem em relação à Petrobras. Além disso, o levantamento do OSP mostra que a refinaria amazonense foi responsável por 24% da oferta de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) no Norte do país em 2023, enquanto a Petrobras foi responsável por 75,8% da oferta.

Ao comparar o preço do botijão de GLP da Ream com refinarias privadas, constatou-se que o valor praticado pela refinaria da Amazônia é, em média, R$ 13,34 (32,5%) mais caro. A Refinaria de Mataripe, localizada na Bahia, vende o botijão por R$ 39,14, enquanto a Refinaria Potiguar Clara Camarão (RPCC), no Rio Grande do Norte, comercializa o produto a R$ 43,00. Isso significa que o preço cobrado pela Ream é R$ 15,27 (28,1%) e R$ 11,41 (21%) mais caro do que o cobrado pelas refinarias de Mataripe e RPCC, respectivamente.

O preço elevado do gás de cozinha na Refinaria da Amazônia impacta diretamente o mercado e o bolso dos consumidores. Com um valor acima do praticado pela Petrobras e pelas refinarias privadas, os consumidores da região Norte do país são afetados, uma vez que a Ream é responsável por uma parcela significativa da oferta de GLP na região.

Impacto social e econômico

O aumento no preço do gás de cozinha influencia diretamente o orçamento familiar, já que é um item essencial na vida das pessoas. O custo mais alto também pode gerar um impacto negativo no poder de compra dos consumidores, que precisam destinar uma parcela maior de seu dinheiro para a compra deste produto.

Para o economista Eric Gil Dantas, do OSP e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps), entre todas as refinarias da Petrobras que foram privatizadas, a venda da Ream foi a mais trágica para a população local. Segundo ele, todos os produtos hoje vendidos por ela são mais caros do que os da concorrência e até do Preço de Paridade de Importação, o PPI.

“Isso contrasta com o período anterior à privatização, quando os preços dessa refinaria eram inferiores aos das outras unidades da Petrobras. Atualmente, vemos uma diferença exagerada no preço do GLP. Como o botijão pode ser 72% mais caro? É difícil encontrar uma justificativa”, questiona Dantas.

Monopólio regional

Essa diferença expressiva de valores levanta questionamentos sobre os motivos por trás desse aumento. Uma das justificativas apontadas pelo diretor da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) e do Sindipetro PA/AM/MA/AP, Bruno Terribas, é a criação de um monopólio regional privado. Segundo Terribas, esse monopólio eleva os preços e tem consequências desastrosas para os consumidores locais.

Em 2016, a Atem, empresa que controla a Ream, detinha pouco mais de 20% do mercado de combustíveis. No entanto, nos últimos dois anos, essa porcentagem saltou para mais de 50%, fazendo com que a Atem se tornasse a quinta maior empresa do país. Essa ascensão meteórica chamou a atenção de especialistas e do economista responsável pelas informações.

Com o monopólio regional da Atem, o preço do gás de cozinha vendido pela Ream se tornou o mais alto do país. Isso impacta diretamente o consumidor local, que precisa arcar com gastos extras para ter acesso ao produto essencial. Essa situação é preocupante, pois acaba afetando principalmente as famílias de baixa renda, que já sofrem com o aumento dos preços e a falta de poder de compra.

Diante desse cenário, é evidente a necessidade de uma intervenção governamental para evitar abusos e garantir preços justos aos consumidores. A privatização da Ream pode ter sido necessária em determinado momento, mas é preciso que medidas sejam tomadas para garantir a concorrência e evitar monopólios que prejudicam os consumidores.

*Com informações ampost


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