Um registro impressionante nas águas cristalinas da Costa Rica tem intrigado cientistas e amantes da vida marinha: um tubarão-lixa (Ginglymostoma cirratum) de pele alaranjada intensa e olhos completamente brancos.
O exemplar, com cerca de dois metros de comprimento, foi capturado em fotos durante uma pescaria esportiva próxima ao Parque Nacional Tortuguero no ano passado, mas só recentemente ganhou destaque após a publicação de um estudo na revista Springer Nature.
A pesquisa envolveu especialistas da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), da Universidade Nacional Experimental Rómulo Gallego, na Venezuela, e do Centro de Resgate de Espécies Marinhas Ameaçadas de Extinção da Costa Rica.
Segundo a análise, trata-se do primeiro registro conhecido de xantismo combinado com albinismo em um animal cartilaginoso. O xantismo é uma condição genética raríssima, caracterizada pelo excesso de pigmentos amarelos ou dourados na pele, enquanto o albinismo afeta os olhos e aumenta a sensibilidade à luz. Casos semelhantes já haviam sido observados em peixes de água doce, aves e répteis, mas nunca antes em tubarões ou raias.
As imagens originais foram publicadas em 2024 pelo grupo de pescadores Parismina Domus Dei nas redes sociais, que se disseram surpresos com a coloração incomum. As fotos rapidamente viralizaram, gerando curiosidade até a confirmação científica recente.
Normalmente, o tubarão-lixa apresenta tons marrons discretos que o ajudam a se camuflar entre rochas e recifes. Por isso, a coloração vibrante desse exemplar chamou tanta atenção.
“A descoberta de um tubarão-lixa amarelo levanta questões importantes sobre a genética e a adaptabilidade desses animais. É uma ocorrência única ou o sinal de uma nova tendência genética na população local?”, destacam os pesquisadores no artigo.
Além da beleza rara, a combinação de xantismo e albinismo representa um desafio à sobrevivência, já que a falta de melanina e a pigmentação intensa podem tornar o animal mais vulnerável à luz solar e à predação. Mesmo assim, o tubarão parece ter atingido a fase adulta em boas condições — algo considerado notável pelos cientistas.
O estudo conclui que não há evidências de que essa mutação ofereça vantagem evolutiva, mas o caso abre novas frentes de pesquisa sobre os efeitos genéticos e ambientais que podem causar variações tão incomuns. A principal dúvida agora é se o fenômeno foi apenas um caso isolado ou se pode indicar uma característica emergente entre os tubarões-lixa da região.
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