A informação foi revelada nesta quarta-feira (15/10) pelo jornal The New York Times.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, autorizou a Agência Central de Inteligência (CIA) a conduzir ações secretas e letais na Venezuela, em uma ofensiva direta contra o governo de Nicolás Maduro, acusado por Washington de liderar um cartel internacional de drogas.
A informação foi revelada nesta quarta-feira (15/10) pelo jornal The New York Times e posteriormente confirmada pelo próprio Trump, em declarações à imprensa americana. Segundo a publicação, a medida faz parte de uma nova estratégia de pressão militar e de inteligência sobre o regime venezuelano.
Operações secretas e militares no Caribe
A autorização presidencial — considerada um dos documentos mais confidenciais do governo americano — concede à CIA amplos poderes para realizar ações encobertas, inclusive operações letais, de forma independente ou em conjunto com as Forças Armadas dos EUA.
De acordo com fontes citadas pelo NYT, as ações têm como objetivo enfraquecer o regime de Maduro e acelerar sua remoção do poder. Atualmente, cerca de 10 mil soldados americanos estão posicionados no Caribe, incluindo bases em Porto Rico e uma frota naval próxima à costa venezuelana.
Em agosto, os Estados Unidos haviam anunciado o envio de navios e aeronaves militares para a região, além de oferecer uma recompensa de US$ 10 milhões (cerca de R$ 50 milhões) por informações que levem à prisão do presidente venezuelano.
Trump também encerrou as negociações diplomáticas com Caracas, após Maduro se recusar a reconhecer qualquer envolvimento em tráfico de drogas ou a renunciar voluntariamente ao poder.
Bombardeios e mortes no Caribe
Desde setembro, as forças norte-americanas vêm bombardeando embarcações acusadas de transportar drogas e armas ligadas ao Cartel de los Soles, organização que, segundo Washington, é comandada por altos oficiais venezuelanos.
O último ataque foi autorizado na terça-feira (14/10), em águas internacionais próximas à costa da Venezuela, resultando na morte de seis pessoas. Em sua rede social Truth Social, Trump afirmou que “o ataque foi realizado com sucesso” e que “nenhuma força americana sofreu danos”.
Essas operações já totalizam cinco ataques a embarcações venezuelanas desde agosto, todos no Mar do Caribe.
Reação internacional
A escalada militar norte-americana provocou repercussão internacional imediata. O governo da China condenou os bombardeios e acusou os EUA de “exceder os limites razoáveis da lei internacional” e de “interferir nos assuntos internos da América Latina”.
A Human Rights Watch (HRW) também criticou as ações, classificando os ataques como “execuções extrajudiciais ilegais” e alertando para possíveis violações de direitos humanos.
Analistas políticos apontam que a autorização da CIA reacende memórias das operações secretas americanas na América Latina durante o século XX, quando a agência foi envolvida em golpes de Estado no Brasil e no Chile, entre outros países.
Marco Rubio lidera estratégia contra Maduro
O secretário de Estado e conselheiro de segurança nacional Marco Rubio é apontado como o principal articulador da estratégia americana para derrubar Maduro. O governo Trump o classifica oficialmente como “narcoterrorista” e afirma que continuará utilizando todos os instrumentos de pressão — econômicos, diplomáticos e militares — para “restaurar a democracia” na Venezuela.
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