Chamada de Storm-1516, a campanha opera desde agosto de 2023 e já realizou ao menos 77 ações coordenadas
A mais recente operação russa de desinformação identificada pelo governo francês atingiu um nível inédito de sofisticação e ameaça diretamente as democracias europeias e ocidentais. Chamada de Storm-1516, a campanha opera desde agosto de 2023 e já realizou ao menos 77 ações coordenadas para espalhar conteúdo falso, com o objetivo de desacreditar a guerra na Ucrânia e enfraquecer o apoio europeu à resistência contra a invasão russa.
A avaliação consta no relatório mais recente do VIGINUM, o órgão estatal francês responsável pelo monitoramento de interferências digitais estrangeiras. Segundo o documento, a operação tem como estratégia central confundir o público com informações manipuladas, dificultando a distinção entre fatos e mentiras. Entre os alvos estão lideranças ucranianas, instituições europeias e a opinião pública de países do Ocidente.
O relatório revela que as ações da Storm-1516 se baseiam em narrativas falsas sobre o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e seus aliados. Entre os boatos, estão acusações de corrupção, tráfico e assassinato. Conteúdos que simulam reportagens de veículos tradicionais da Europa como Le Monde, Bild, Deutsche Welle e The Guardian também fazem parte do repertório da operação.
Os materiais são produzidos e disseminados com o uso de inteligência artificial, segundo o relatório. A campanha integra vídeos falsos, páginas clonadas e perfis temporários para ampliar o alcance das mensagens. Em um dos casos descritos no relatório, um site político falso oferecia um bônus de cem euros em troca de votos na França. Em outro, deepfakes foram usados para fabricar ameaças do Hamas contra os Jogos Olímpicos de Paris.
Segundo as autoridades francesas, o principal objetivo da campanha russa não é convencer, mas confundir. As mensagens são desenhadas para gerar descrença generalizada e colocar em dúvida a confiabilidade das instituições democráticas. O relatório aponta que algumas dessas narrativas foram impulsionadas por políticos e influenciadores ocidentais.
Para especialistas que acompanham o tema, esse tipo de ação representa uma nova fase na guerra da informação. O relatório francês destaca que esse tipo de ameaça exige mais do que verificação pontual de fatos e recomenda uma resposta coordenada entre governos, plataformas digitais e organizações da sociedade civil.
Entre as medidas sugeridas estão o fortalecimento da alfabetização digital, a remoção rápida de conteúdos falsos e o aprimoramento das capacidades de detecção conjunta entre os países da União Europeia e outras democracias. A avaliação do governo francês é que a chamada guerra cognitiva já está em curso.
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