Essa não é a primeira vez que o nome do festival se associa a denúncias trabalhistas.
A Rock World, empresa por trás de grandes festivais como Rock in Rio, Lollapalooza e The Town, foi oficialmente inserida no cadastro de empregadores que praticam condições de trabalho análogas à escravidão, divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) na última sexta-feira (23).
A decisão se deu após uma fiscalização identificar 14 trabalhadores em situação precária em uma transportadora terceirizada ligada ao Rock in Rio 2024, no Rio de Janeiro. A operação foi realizada em setembro de 2023, em uma força-tarefa conjunta entre o MTE e o Ministério Público do Trabalho (MPT-RJ).
De acordo com os auditores, os funcionários foram encontrados dormindo em condições degradantes, entre papelões, lonas e sacos plásticos, no galpão da empresa. Além disso, muitos não receberam os valores prometidos em contrato. Embora o combinado fosse o pagamento de até R$ 150 por diária, houve relatos de jornadas de até 21 horas por dia sem remuneração adequada.
As trabalhadoras também relataram a ausência de chuveiros nos banheiros femininos, sendo necessário improvisar o banho com canecas de água.
A posição da empresa
Em nota ao portal R7, a Rock World negou qualquer irregularidade, alegando que as falhas ocorreram por parte de uma empresa terceirizada e que ainda não há provas conclusivas sobre as denúncias. A companhia afirmou seguir padrões rigorosos de contratação e destacou seu impacto econômico e na geração de empregos no país.
Reincidência
Essa não é a primeira vez que o nome do festival se associa a denúncias trabalhistas. Em 2013 e 2015, outras fiscalizações encontraram situações semelhantes, como trabalhadores pagando pelo próprio acesso ao evento e cobrindo despesas com seus próprios salários.