08/09/2025
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PF investiga saques de R$ 101 milhões em esquema de propina no Pará; veja

esquema de propina no Pará
Foto reprodução

A Polícia Federal (PF) investiga um esquema milionário de desvio de recursos públicos da Saúde e da Educação no Pará que movimentou R$ 198 milhões entre 2018 e 2025. Somente em saques em espécie, foram retirados R$ 101,7 milhões por pessoas ligadas a empresas suspeitas de pagar propina a servidores públicos. A operação, batizada de Expertise, foi deflagrada nesta semana e já levou à prisão preventiva de cinco envolvidos.

Segundo relatórios do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), a maior parte dos saques foi realizada por Jacélio Faria da Igreja, sócio da Líder Engenharia, e Alberto Furtado Pinheiro, sócio da Brasil Brasil e da Fortes Comércio. Para a PF, não há justificativa legítima para as transações, que indicam indícios de lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio.

O esquema

De acordo com a investigação, o grupo agia em três etapas:

Direcionamento de contratos: licitações eram manipuladas por servidores estratégicos de órgãos como a Alepa (Assembleia Legislativa do Pará), o Detran e a Polícia Científica do Pará, garantindo a contratação das empresas investigadas.

Pagamentos irregulares: os órgãos transferiam valores milionários às empresas, muitas vezes sem a execução real dos serviços contratados.

Saques e repasses: parte do dinheiro era sacada em espécie ou transferida a pessoas físicas ligadas a órgãos públicos, sendo posteriormente entregue em mãos a autoridades.

A Justiça Federal destacou que os saques correspondem a cerca de 50% do valor total dos contratos fraudulentos, o que evidencia a inviabilidade da execução dos serviços. Apenas entre junho e julho de 2025, as empresas investigadas movimentaram quase R$ 10 milhões em retiradas em espécie, incluindo um saque de R$ 477 mil em 22 de julho, apontado como prova da contemporaneidade do esquema.

Alvos da PF

Entre os investigados está o chefe de gabinete do deputado estadual Chicão (MDB), atual presidente da Alepa. Para o juiz federal Carlos Gustavo Chaves, que autorizou as ações, há indícios claros de que autoridades públicas participaram ativamente do esquema criminoso.

A operação cumpriu 18 mandados de busca e apreensão, bloqueio de ativos, afastamento de sigilos bancário e fiscal de 17 investigados, além da suspensão das atividades de quatro empresas. Seis servidores foram afastados dos cargos e uma pessoa será monitorada por tornozeleira eletrônica.

Recursos federais desviados

Segundo a PF, os valores investigados são oriundos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) e do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica). A corporação afirma que os desvios comprometem diretamente serviços essenciais para a população.

Durante as buscas, a polícia apreendeu joias e grandes quantias em dinheiro vivo, reforçando as suspeitas de enriquecimento ilícito dos envolvidos.

Defesa

A defesa de Jacélio Faria da Igreja nega as acusações e sustenta que não houve qualquer ato de corrupção. O advogado afirma que os relatórios do Coaf apenas registram movimentações atípicas, que “não representam automaticamente uma ilegalidade”.

Até o momento, Alepa, Detran, Polícia Científica do Pará e os representantes de Alberto Furtado não se manifestaram.


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