18/08/2025
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PF Investiga Funcionários do Santander e Itaú por Fraude na Americanas

Funcionários
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O caso ganhou maior notoriedade após a denúncia do MPF, no último dia 31 de março, que acusou 13 ex-executivos e ex-funcionários.

A Polícia Federal (PF) iniciou uma investigação para apurar a participação de funcionários dos bancos Santander e Itaú em um esquema de fraude contábil que resultou no rombo bilionário de mais de R$ 20 bilhões na Americanas. A nova fase da investigação tem como base as informações prestadas por Fabio Abrate, ex-diretor financeiro e de Relações com Investidores da Americanas, que se tornou colaborador premiado e apontou a ação de empregados de grandes instituições financeiras no esquema de ocultação de dívidas.

O caso ganhou maior notoriedade após a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), no último dia 31 de março, que acusou 13 ex-executivos e ex-funcionários da Americanas por envolvimento na fraude. De acordo com as investigações, a fraude envolveu manipulação de balanços contábeis da varejista, com o auxílio de empregados dos dois bancos investigados. No entanto, os bancos em si não estão sendo investigados neste momento; o foco está nos funcionários envolvidos.

Risco Sacado: A Mecanismo de Fraude

O conceito de “risco sacado” é uma operação financeira comum entre empresas de varejo, onde um banco concede um empréstimo para que a empresa pague seus fornecedores, melhorando assim seu fluxo de caixa. O esquema fraudulento nas Americanas envolvia o lançamento incorreto dessa operação no balanço da empresa. Abrate, ao prestar depoimento no âmbito da colaboração premiada, revelou que os funcionários dos bancos foram fundamentais para ocultar essas operações, o que impediu que as dívidas fossem corretamente reportadas nas auditorias financeiras da companhia.

A fraude, segundo Abrate, só foi possível devido ao conhecimento específico dos funcionários do Santander e do Itaú sobre os detalhes dessas transações financeiras. Ele afirmou que, sem o consentimento e a cooperação dos bancos, a dívida relacionada ao risco sacado teria sido identificada muito antes de o rombo financeiro se tornar público, evitando assim o colapso que levou a Americanas a registrar um prejuízo superior a R$ 20 bilhões.

Conversa entre Funcionários e Diretores da Americanas

As investigações também revelaram que existiam conversas entre os ex-diretores da Americanas e funcionários dos bancos Itaú e Santander em um grupo. Essas conversas mostraram como os diretores da varejista tentaram manipular documentos, como as cartas de circularização, para esconder as operações de risco sacado. Essas cartas de circularização são utilizadas para confirmar a veracidade das informações financeiras em auditorias. Porém, como as operações estavam sendo fraudadas, as cartas não podiam mencionar essas transações sem comprometer a integridade das auditorias.

A Polícia Federal destacou a “audácia” do grupo criminoso formado pelos ex-executivos da Americanas, que não hesitaram em cooptar funcionários dos dois bancos para alterar as cartas e encobrir a fraude. Isso permitiu que as operações permanecessem invisíveis para os auditores e reguladores, garantindo a continuidade das irregularidades contábeis.

Reações dos Bancos Santander e Itaú

A repercussão da investigação gerou reações dos bancos envolvidos. O Santander, em uma nota oficial, se manifestou repudiando qualquer insinuação de envolvimento na fraude e reafirmou que sempre forneceu informações corretas sobre as operações da Americanas. O banco destacou que, apesar das fraudes cometidas pela diretoria da varejista, ele sempre relatou as operações de risco sacado, tanto às auditorias quanto ao Sistema Central de Risco do Banco Central.

“O Santander repudia qualquer insinuação contrária à lisura e correção em sua relação com a empresa, reiterando ter sido também vítima das fraudes”, afirmou o banco.

Por outro lado, o Itaú Unibanco também negou qualquer participação na fraude contábil da Americanas. Em uma nota, o banco afirmou que sempre prestou informações completas e corretas sobre as operações contratadas pela empresa, conforme as exigências legais e as melhores práticas de mercado. O Itaú destacou que os alertas sobre as operações de risco sacado estavam presentes nas auditorias e que, embora os diretores da Americanas tivessem tentado alterar esses alertas, o banco manteve o texto correto nos documentos.

“O Itaú reforça que a elaboração das demonstrações financeiras é de responsabilidade única e exclusiva da administração da empresa e repudia qualquer tentativa de responsabilização de terceiros por falhas ou fraudes nessas demonstrações”, concluiu a nota.

Consequências para os Envolvidos e Próximos Passos da Investigação

A investigação da PF e a denúncia do MPF destacam o papel crucial dos funcionários dos bancos na fraude contábil da Americanas. Embora os bancos não sejam o foco imediato das investigações, a ação de seus empregados tem sido considerada essencial para encobrir as operações financeiras ilegais e manter a aparência de regularidade nas demonstrações financeiras da empresa.


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