quarta-feira, 23 de outubro de 2024
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Pastores da Igreja Universal acusados de matar adolescente são condenados a 21 anos

Foto: Reprodução/Internet

O jovem Lucas Terra foi foi dominado, agredido, estuprado e teve o corpo queimado quando ainda estava vivo.

Após três dias de julgamento, dois pastores evangélicos, acusados de matar e queimar o corpo de um adolescente de 14 anos, em 2001, em Salvador, na Bahia, foram condenados a 21 anos de prisão em regime fechado. A sentença do tribunal do júri foi lida nesta quinta-feira, 27, pela juíza Andrea Teixeira Lima Sarmento. A defesa dos acusados vai entrar com recurso. Um terceiro pastor envolvido havia sido condenado anteriormente a 18 anos de prisão e já cumpriu a pena.

Na época, o crime chocou a população e causou grande repercussão por envolver religiosos importantes da Igreja Universal do Reino de Deus. O adolescente Lucas Terra frequentava a igreja onde eles presidiam os cultos. Conforme a investigação, o adolescente foi morto após flagrar dois dos pastores mantendo relações sexuais no templo, no bairro Rio Vermelho, na capital baiana. Ele foi dominado, agredido, estuprado e teve o corpo queimado quando ainda estava vivo.

Os pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda foram condenados, cada um, a uma pena principal de 18 anos de prisão em regime fechado, mas tiveram as penas agravadas pelo motivo torpe, emprego de meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima, elevando as penalidades para 21 anos.

Segundo o Ministério Público da Bahia, eles podem recorrer em liberdade. O terceiro pastor acusado, Silvio Roberto Galiza, foi julgado e condenado em 2004 a 18 anos de prisão, cumpriu cerca de 7 anos preso, foi para o regime aberto e está em liberdade.

Foi Galiza quem apontou os outros dois autores do crime, levando a que fossem denunciados pelo Ministério Público da Bahia. Durante o julgamento, os advogados dos dois réus buscaram demonstrar que os religiosos tinham uma rotina de cuidados com os fiéis e se dedicavam à igreja.

A mãe do adolescente, Marion Terra, também foi ouvida e se emocionou durante o julgamento. Marion acompanhou a sessão do júri ao lado dos dois filhos, irmãos da vítima, e de outros familiares. O pai do adolescente, Carlos Terra, morreu em 2019, após uma parada cardiorrespiratória, sem ver a justiça sendo feita para o caso de Lucas.

Desabafo

Após a leitura da sentença, Marion fez um desabafo público, registrado em redes sociais. “Hoje (27) foi o dia da minha vitória. Eu quero agradecer a todos da imprensa que, incansavelmente, nunca se calaram, nunca foram omissos, sempre foram a nossa voz. Essa vitória não é só minha, não é só do Carlos, não é só do Lucas, essa vitória é de todas as mães da Bahia. De todas as famílias que, muitas vezes, perdem os filhos e se deparam com poderosos economicamente, e levam 22 anos, como nós levamos, e às vezes nem têm direito à justiça”, disse.

*Com informações ampost


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