Comissão do Senado irá ao Amazonas investigar violações atribuídas à Polícia Federal.
A Operação Boiúna, conduzida pela Polícia Federal (PF) entre os dias 10 e 24 de setembro no Rio Madeira, em Humaitá (AM), voltou a colocar em evidência as discussões sobre o combate ao garimpo ilegal na Amazônia. A ação, que contou com apoio da Força Nacional e foi coordenada pelo Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia (CCPI), tinha como objetivo desarticular atividades de mineração ilegal de ouro na região.
Apesar do propósito de repressão ao garimpo, denúncias posteriores levantaram questionamentos sobre os métodos empregados. Moradores de comunidades ribeirinhas afirmam que a operação resultou em destruição de embarcações, contaminação de lagos e rios com combustível e uso excessivo da força.
As reclamações foram formalizadas pelo senador Plínio Valério (PSDB), que publicou em suas redes sociais, na terça-feira (23/09), um vídeo relatando as denúncias recebidas da população. Segundo ele, além dos danos ambientais, houve intimidação, fazendo com que famílias ribeirinhas deixassem suas casas.
De acordo com o parlamentar, o cenário inclui incêndios provocados em barcos, poluição de áreas sem circulação de água e consequências de longo prazo para a pesca, já que o diesel despejado pode comprometer a fauna aquática por meses. Plínio também destacou o impacto do uso de gás lacrimogêneo na área urbana, onde crianças de escolas próximas teriam sido atingidas, causando irritação e pânico entre professores e alunos.
Em discurso no Plenário, o senador anunciou que visitará os municípios de Humaitá e Manicoré nesta quinta-feira (25/09), acompanhado da presidente da Comissão de Direitos Humanos (CDH), senadora Damares Alves (Republicanos-DF). A diligência foi aprovada pela comissão no último dia 17 e pretende apurar possíveis violações de direitos humanos atribuídas às ações policiais durante a operação.
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