Bolsonaristas acusam Barroso de deixar o cargo por receio de sanções internacionais.
A decisão do ministro Luís Roberto Barroso de se aposentar do Supremo Tribunal Federal (STF), anunciada nesta quinta-feira (9), provocou uma onda de reações nas redes sociais e no meio político. Opositores de direita levantaram suspeitas sobre os motivos da saída, mencionando inclusive um suposto “medo da Lei Magnitsky” — legislação internacional que prevê sanções contra autoridades envolvidas em violações de direitos humanos ou corrupção.
Barroso, que presidiu o STF até setembro, confirmou que deixará a Corte ainda em outubro, após mais de uma década no tribunal. O anúncio veio após meses de especulações sobre sua saída voluntária, e ocorre em um momento de alta tensão entre o Judiciário e setores bolsonaristas.
Reações imediatas e críticas nas redes
Entre os primeiros a se manifestar, o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, classificou o fim da trajetória de Barroso como “simbólico”. Em uma publicação no X (antigo Twitter), Carlos resgatou a defesa do ex-ministro ao ex-guerrilheiro italiano Cesare Battisti e acusou o magistrado de “perseguir inocentes” no Brasil.
“Quem um dia defendeu um terrorista, termina a carreira deixando milhares de presos políticos no Brasil os condenando como… terroristas”, escreveu. “Hoje, o plano do sistema volta a pulsar com a nova indicação de Lula que passará com a aprovação do Senado.”

Já o deputado Carlos Jordy (PL-RJ) foi além ao afirmar que Barroso estaria se aposentando por medo da Lei Magnitsky Global, aprovada em diversos países, inclusive nos Estados Unidos, que permite punir agentes públicos acusados de abusos de poder.
“Barroso anuncia aposentadoria no STF e sai marcado como o presidente da corte que permitiu que a ditadura do Judiciário avançasse no País”, declarou Jordy, afirmando que o ministro teria deixado o cargo “antes que viessem as consequências internacionais de seus atos”.
Veja mais reações:




Nos bastidores, aliados do bolsonarismo também especulam que a saída de Barroso abrirá espaço para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicar um nome alinhado ao governo, o que já gera mobilização da oposição no Senado, responsável por sabatinar o futuro indicado.
Próximos passos e sucessão no Supremo
Com a aposentadoria confirmada, Lula deve indicar um novo ministro ao STF nas próximas semanas. O favorito para assumir a vaga é o atual advogado-geral da União, Jorge Messias, nome de confiança do presidente e com trânsito político entre o PT e parte do Senado.
A eventual nomeação de Messias tende a reacender o debate sobre o equilíbrio ideológico dentro do Supremo, hoje formado por uma maioria de ministros indicados por governos petistas.
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