Ditador venezuelano ordena medidas de defesa e mobilização militar após bombardeios norte-americanos.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, elevou o tom do discurso e anunciou uma série de medidas de transição para uma possível “luta armada” contra os Estados Unidos, em caso de ataque ao território venezuelano. A declaração foi feita na última terça-feira (4/11), durante sessão plenária extraordinária do 5º Congresso do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), em Caracas.
“Vamos passar da luta não armada à luta armada nacional e continental, se for o caso, se a Venezuela for atacada pelo império norte-americano. Há um conjunto de ideias que foram sistematizadas”, afirmou Maduro diante das principais lideranças chavistas.
A fala ocorre em meio a uma escalada de tensões com Washington, após o governo norte-americano intensificar bombardeios a embarcações no Caribe e no Pacífico, próximos à costa da Venezuela. Segundo os EUA, as ações fazem parte de operações contra o narcotráfico, e as mais de 50 pessoas mortas nas ofensivas seriam “narcoterroristas” envolvidos no transporte de drogas.
Nas últimas semanas, Maduro vinha adotando um tom mais conciliador, pedindo por paz e chegando a se pronunciar em inglês em mensagens públicas. No entanto, a retórica mudou após o presidente Donald Trump autorizar a CIA a realizar “ações letais” na Venezuela, supostamente com o objetivo de derrubar o regime chavista.
Maduro classificou a decisão como uma “interferência direta na soberania nacional” e afirmou que o país precisa reagir “em defesa da dignidade e do direito à paz”.
“O documento que me apresentaram com o conjunto de ideias para passar da luta não armada à luta armada, em função de defender a integridade territorial, a dignidade e o direito à paz e ao futuro da Venezuela, está aprovado. O PSUV deve proceder à sua aplicação imediata com ordem de operações por cada rua e comunidade”, declarou o líder venezuelano.
O governo chavista alega que os EUA estariam arquitetando um cenário de “bandeira falsa” para justificar uma agressão militar. Em resposta, Maduro ordenou a mobilização de exercícios militares em Caracas e ativou zonas de defesa integral em Mérida, Trujillo, Estado Lara e Jaracuí — o que inclui o posicionamento da milícia armada para garantir “a segurança nacional e a estabilidade regional”.
Com a escalada do discurso e as movimentações militares, a Venezuela entra em um novo e tenso capítulo da crise política e diplomática que a separa dos Estados Unidos.
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