Seis anos após o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, a limpeza do rio Paraopeba ainda enfrenta grandes desafios. O acordo firmado entre a mineradora, o governo de Minas Gerais e instituições de Justiça em 2021 estipula que a Vale é responsável pela remoção dos rejeitos do rio, mas os prazos para a conclusão do processo são incertos e alarmantes. De acordo com um estudo do Núcleo de Assessoria às Comunidades Atingidas por Barragens (Nacab), dependendo do cenário, a remoção total dos resíduos pode levar entre 44 e 741 anos.
A grande variação nos prazos se deve a dois fatores principais: a quantidade de rejeitos lançados no Paraopeba após o desastre e a eficiência das dragas usadas para retirar os sedimentos. A Vale afirma que foram despejados 1,59 milhão de metros cúbicos de rejeitos, enquanto especialistas apontam que o volume real pode ter sido de 2,8 milhões de metros cúbicos. Além disso, a remoção dos sedimentos está cada vez mais lenta, com a relação de rejeitos retirados caindo de 90% para 30% ao longo dos anos.
Em resposta, a mineradora continua com as dragagens, mas enfrenta dificuldades técnicas, especialmente devido à mistura dos rejeitos com sedimentos naturais. Até janeiro de 2025, foram retirados 195 mil metros cúbicos de rejeitos, mas o processo de limpeza ainda parece distante de ser concluído, o que levanta preocupações sobre a viabilidade da remoção completa em prazos razoáveis.
Se a limpeza total não for possível, o acordo prevê compensação financeira aos atingidos. No entanto, especialistas questionam o real valor dessa compensação diante da extensão dos danos ambientais e à saúde da população local. A recuperação do Paraopeba, portanto, segue sem uma previsão clara, com a decisão sobre quando o rio será seguro para consumo dependendo da avaliação contínua das autoridades ambientais.
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