Nas redes sociais, Ira Maragua, Weena Tikuna e Dyogo Meira mostram cotidiano dos povos indígenas

Quebrar preconceitos, preservar raízes e dar novos significados às tradições é o que propõe a nova geração de influenciadores indígenas. Na internet, eles produzem conteúdo a milhares de pessoas, sobre diversos assuntos, entre eles, o dia a dia na comunidade, a produção de artesanato e costumes.

A ideia é, principalmente, descontruir preconceitos. Para a influenciadora Ira Maragua, que possui mais de 40 mil seguidores em uma rede social, a produção de conteúdo tem contribuído para que os indígenas conquistem novos espaços, e desconstruam opiniões pré-formadas.

“Como indígena, me sinto desconfortável em alguns momentos, quando as pessoas se incomodam com o fato de estarmos ocupando espaços. Perguntam o porquê de eu estar usando sapatos, o porquê de eu ter uma rede social e usar maquiagem. Lugar de indígena, é onde ele quiser”, diz.
Ira conta, ainda, que sempre gostou de gravar vídeos e sempre teve o apoio dos pais, mas notava que nas redes sociais não tinha uma pessoa que a representava.

“Na moda, no canto, no grafismo e na dança, eu não me sentia representada. Hoje quero que as pessoas se inspirem em mim. Não só por ser influenciadora e sim pelas causas que apoio, como a dos artesãos e a de professores indígenas.

Conteúdo

Engana-se quem pensa que ser influenciador é só postar vídeos na internet e esperar as curtidas. É preciso técnica, um bom conteúdo, horas de dedicação, além de ter carisma.

Indígena da etnia Tuyuka, o  Dyogo Meira (Dupó) aprendeu na prática. Ele, que produz conteúdo sobre o dia a dia, curiosidades e tradições sobre os povos indígenas, no começo não levava muito jeito, mas, aos poucos, aperfeiçoou a tarefa.

Ainda segundo ele, foi uma surpresa ver as próprias redes sociais fazendo tanto sucesso. “Quando vi que o meu perfil estava ganhando milhares de seguidores, não acreditei, mas isso me incentivou a criar mais conteúdo, pois era o que as pessoas queriam ver, o cotidiano indígena, nossas tradições”, diz.

Diversidade

Por falar em conteúdo, a cultura indígena tem uma infinidade de assuntos que despertam curiosidade. Quem apresenta parte dessa cultura é a influenciadora indígena Weena Tikuna. Formada em Artes Plásticas e Bacharel em Nutrição, ela é um fenômeno.

É dona da primeira grife de moda indígena e lançou, ainda, uma linha de bonecas inspiradas nas mulheres indígenas. “Nas minhas redes sociais, foco muito nos conteúdos que têm credibilidade e passo a verdadeira história do meu povo. É justo passar o conhecimento real para poder quebrar o pré-conceito que ainda existe na sociedade e mostrar que nós indígenas não somos selvagens. Somos pessoas e temos sentimentos”, destaca.

Weena acredi ta que todo indígena nasce com o dom de ser líder. E sempre lutou para manter a história viva e com respeito.  “Nós, indígenas, temos que mostrar para a sociedade que somos capazes de sermos o que a gente quiser ser. Por isso, levanto a bandeira sustentabilidade, usando adereços sustentáveis do meu povo nas minhas peças”, finaliza.

Ira, Dupó e Weena são três nomes de protagonismo na cena online que mostram a força do indígena, com conteúdos necessários ao público. Assim, vão mantendo viva a história de um povo.

*Com informações acritica