Integrantes de grupo entre TSE e STF mostraram descontentamento com o alto fluxo de demandas enviadas pelo ministro
Assessores e juízes auxiliares que faziam parte do gabinete paralelo do ministro Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) zombaram do magistrado em algumas ocasiões. As trocas de mensagens obtidas por Oeste mostram descontentamento da equipe com o alto fluxo de demandas.
Um desses episódios ocorreu em 19 de novembro de 2022, quando o juiz auxiliar Airton Vieira enviou uma série de publicações do advogado Luiz Saboia em apoio ao então presidente da República, Jair Bolsonaro — links que atualmente não estão mais no ar.
O ministro pediu um relatório sobre Saboia para viabilizar o bloqueio de suas contas. Nas mensagens, Vieira afirma que o advogado e sua mulher, Juliana Saboia, seriam apoiadores de Bolsonaro. Na conversa, além das publicações, foram compartilhados dados pessoais do casal.
Em uma das trocas, Vieira anexou um link de Juliana e destacou: “São apoiadores do presidente”.

Na sequência, Eduardo Tagliaferro indaga se a demanda vinha de outra pessoa. Em resposta, Airton Vieira reforça que o pedido era de Moraes: “Ministro… rsrsrsrs”.

“Rivotril nele kkk”, ironizou Tagliaferro. Logo depois, voltou a criticar o ministro: “Tá precisando aproveitar mais a vida”.

Mesmo hospedado em hotel com a família, Moraes enviava ordens de bloqueio
As piadas com o ministro continuaram. Minutos depois, Tagliaferro disse: “Ele quer tomar meu trabalho, mas não troco com ele! Nunca kkk”. Em seguida, acrescentou um comentário em referência a Vieira: “A vaga lá é sua”.
Vieira comentou: “[O ministro] está no Copacabana Palace e não para de postar”. Em tom de ironia, Tagliaferro respondeu: “Meu Deus, vamos bloquear o celular dele?”. Pouco depois, foi enviado o relatório sobre Luiz Saboia.

Naquele período, Alexandre de Moraes estava hospedado com a família no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro.
O que é a Vaza Toga
As informações e os documentos divulgados nesta reportagem, obtidos por Oeste com exclusividade, acrescentam novos e graves detalhes aos fatos que começaram a vir à luz a partir das revelações contidas em reportagens publicadas inicialmente pelo jornal Folha de S. Paulo, no que ficou conhecido como Vaza Toga.
As primeiras denúncias foram feitas por Glenn Greenwald e Fábio Serapião,
Novos documentos comprometedores vieram à tona em apuração de David Ágape e Eli Vieira, publicadas no site Public.
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