Os Estados da Amazônia Legal têm potencial para gerar entre US$ 10 bilhões e US$ 20 bilhões — equivalente a mais de R$ 100 milhões — até 2030 com créditos de carbono vinculados à redução do desmatamento e da degradação florestal.
O mecanismo, chamado REDD+ Jurisdicional (JREDD+), permite que esses recursos sejam aplicados em políticas públicas ambientais.
Até 2026, Acre, Tocantins, Pará e Mato Grosso, considerados os mais avançados na implementação do JREDD+, podem emitir cerca de 100 milhões de créditos referentes às reduções de emissões de 2023 e 2024, resultando em uma receita de US$ 1,5 bilhão.
O valor supera o total recebido pelo Fundo Amazônia desde 2008, que somou US$ 1,4 bilhão.
JREDD+ como ferramenta de incentivo
O REDD+ Jurisdicional é uma evolução do REDD+, trabalhando na redução de emissões dentro de limites específicos, como municípios ou estados.
Atualmente, sete Estados da Amazônia Legal estão em diferentes estágios de implementação do programa. Tocantins, Acre e Pará já firmaram acordos para negociação dos créditos.
O Tocantins estruturou seu programa em 2023 e firmou contrato com a trader suíça Mercuria Energy Group, que investiu R$ 20 milhões e vai adquirir os créditos do Estado até 2030. A expectativa é gerar 50 milhões de créditos, equivalentes a mais de R$ 2,5 bilhões em receita.
Para isso, o Estado implantou ações de prevenção de incêndios e incentivos à agricultura de baixo carbono, além de auditorias independentes para certificação pelo padrão ART Trees.
No Acre, a estratégia começou em 2012 e evoluiu para uma política robusta de redução do desmatamento, com meta de 50% até 2027. O Estado firmou acordo com o banco Standard Chartered para venda de créditos por cinco anos e estima gerar entre 30 milhões e 50 milhões de créditos até 2030.
O Amazonas também entrou na agenda do REDD+ jurisdicional por meio do programa Amazonas 2030, lançado em 2023 pelo governador Wilson Lima na COP28, em Dubai. O objetivo é atingir o desmatamento líquido zero no estado usando recursos gerados pela venda de créditos de carbono.
“O projeto que estamos desenvolvendo no Amazonas é um projeto cuja geração de crédito de carbono está diretamente atrelada aos indicadores sociais dessas comunidades, como geração de emprego e renda, infraestrutura básica para água, energia elétrica e internet”, afirmou Wilson Lima.
*Fonte realtime1
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