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O naufrágio da ‘era de ouro’ da pirataria que continua rendendo tesouros

naufrágio
Foto reprodução

Quase três séculos após seu afundamento, o Whydah Gally segue revelando fragmentos de um período sombrio da expansão marítima europeia.

A chamada “era de ouro” da pirataria, que se estendeu do século 17 ao início do 18, foi marcada por aventuras arriscadas, riquezas inimagináveis e tragédias no mar. Entre os nomes mais célebres desse período está Samuel Bellamy, o “Black Sam”, cujo destino se entrelaça com o lendário navio Whydah Gally. Mesmo após quase 300 anos de seu naufrágio, o navio continua revelando tesouros e detalhes da vida pirata e do comércio colonial.

Samuel Bellamy: o pirata carismático e extravagante

Nascido em 1689 em Devonshire, Inglaterra, Samuel Bellamy rapidamente se destacou no mundo da pirataria. Reconhecido por seu estilo marcante — coletes de veludo, meias de seda e sapatos com fivelas prateadas — e apelidado de Black Sam, Bellamy também carregava um arsenal impressionante: quatro pistolas e uma espada sempre à mão. Apesar da aparência intimidadora, ele era lembrado pelo carisma e atos de generosidade com aliados e adversários.

Em menos de dois anos de carreira, Bellamy acumulou fortuna estimada em 140 milhões de dólares atuais, saqueando 53 navios entre 1716 e 1717. Sua riqueza estava profundamente ligada ao comércio colonial no Caribe, incluindo açúcar, rum, especiarias e o comércio transatlântico de pessoas escravizadas, um contexto sombrio que moldou grande parte da economia da época.

Whydah Gally: de navio negreiro a símbolo da pirataria

Construído em Londres em 1716 pela Royal African Company, o Whydah Gally tinha 33 metros, 300 toneladas e três mastros, projetado para travessias rápidas no comércio de escravizados. Após ser capturado por Bellamy perto das Bahamas, o navio tornou-se sua nau capitânia, transportando ouro, prata, marfim, rum, açúcar e especiarias — verdadeiros tesouros flutuantes.

O Whydah não era apenas um navio rápido, mas também um reflexo da vida pirata: liberdade relativa, oportunidades de riqueza e, em muitos casos, convivência mais igualitária entre tripulantes, incluindo africanos escravizados, do que a que se tinha em terra firme. Estima-se que metade da tripulação de Bellamy fosse composta por homens negros, reforçando a diversidade nas embarcações piratas da época.

Amor e tragédia: o destino de Bellamy

Além da busca por riqueza, Bellamy também era movido pelo amor a Maria Hallett, jovem de Cape Cod. Determinado a provar seu valor, prometeu retornar rico. No entanto, em abril de 1717, o Whydah foi lançado contra bancos de areia por um poderoso nor’easter em Wellfleet, Cape Cod. Bellamy e 144 tripulantes morreram, e o navio desapareceu por mais de dois séculos, transformando-se em lenda.

Ressurgimento e descobertas arqueológicas

Somente em 1984, o explorador Barry Clifford localizou os destroços do Whydah sob 30 pés de areia. Foi a primeira autenticação de um navio pirata da era de ouro encontrada até hoje. Desde então, arqueólogos recuperaram cerca de 200 mil artefatos, incluindo moedas, joias, armas e peças de ouro Akan da África Ocidental. Achados recentes, como um pequeno canhão e cerca de 200 pulseiras de manilha, continuam a fornecer pistas sobre o comércio colonial e a vida dos piratas.

De acordo com o Portal Aventuras na História, cada descoberta não apenas fascina caçadores de tesouros, mas também ilumina aspectos sombrios da história marítima europeia, revelando a intersecção entre aventura, tragédia e economia colonial.

Por: Mayara Leite – Redatora Seo On


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