A Polônia invocou nesta quarta-feira (10) o artigo 4 do tratado da Otan depois que drones russos violaram seu espaço aéreo. O dispositivo prevê consultas entre os países-membros sempre que um integrante considerar sua segurança ameaçada. O caso levou a aliança a se reunir para avaliar uma resposta conjunta a Moscou.
De acordo com as Forças Armadas polonesas, caças do país e de aliados foram acionados durante a madrugada para derrubar os drones. O governo informou que alguns aeroportos, incluindo o de Varsóvia, precisaram ser fechados temporariamente e que os sistemas de defesa antiaérea foram colocados no mais alto nível de prontidão. Um dos drones foi localizado danificado em uma vila no leste do território.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, classificou a invasão como “sem precedentes” e afirmou que a União Europeia defenderá “cada centímetro quadrado” de seu território. O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, declarou que o país “nunca esteve tão perto de um conflito armado desde a 2ª Guerra Mundial” e que está pronto para reagir a provocações. França, Reino Unido e Alemanha também repudiaram a ação russa.
O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, chamou o episódio de “irresponsável e perigoso” e pediu que o presidente Vladimir Putin “pare de violar o espaço aéreo dos aliados”. Já o governo russo negou responsabilidade, dizendo que a Polônia não apresentou provas de que os drones abatidos pertenciam ao seu exército e acusou Varsóvia de fazer “declarações infundadas”.
Se os membros da Otan concluírem que houve ataque intencional da Rússia à Polônia, o próximo passo poderá ser a invocação do artigo 5 do tratado, que prevê o uso da força contra um agressor. Essa seria a primeira vez que o dispositivo seria aplicado em razão direta da guerra na Ucrânia, ampliando significativamente o risco de um confronto militar entre a Rússia e a aliança ocidental.
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