O Greenpeace identificou 130 balsas de garimpo no Rio Madeira entre os dias 10 e 22 de janeiro. A ONG ambiental utilizou imagens de satélite. As balsas estão próximas aos municípios de Novo Aripuanã e Humaitá, no Amazonas.
A presença de dragas ocorre cinco meses após o Ibama e a Polícia Federal destruírem 450 balsas de garimpo ilegal no Rio Madeira – na operação Prensa, em agosto de 2024. Segundo o Greenpeace, há retomada da atividade garimpeira na região.
A ONG emitiu 12 alertas, sendo sete referentes a balsas agregadas em operação, enquanto outros 5 referiam-se a balsas em deslocamento rumo à áreas de garimpo ou ali ancoradas. A organização alerta que o garimpo permanece ativo e descontrolado no Rio Madeira.
As imagens foram obtidas por um novo sistema de monitoramento remoto desenvolvido pelo próprio Greenpeace Brasil, que utiliza imagens do radar SAR via satélite Sentinel 1 e processadas no Google Earth Engine. A tecnologia é especialmente eficaz para áreas com alta cobertura de nuvens, característica da Amazônia.
O Rio Madeira, um dos principais afluentes do Rio Amazonas, tem 3.315 km de extensão e é uma das ictiofaunas mais ricas do planeta. Suas áreas inundáveis, que ocupam mais de 210.000 km², são essenciais para a manutenção do equilíbrio ambiental e econômico da Amazônia.
Conforme o Greenpeace, há 40 anos o Madeira enfrenta uma epidemia de exploração ilegal de ouro, impulsionada por garimpos embarcados que dragam sedimentos de fundo do rio com maquinário pesado, destruindo o leito, contaminando as águas com mercúrio e impactando gravemente as comunidades ribeirinhas.
“A destruição causada pelo garimpo é sustentada por uma cadeia criminosa que opera com total impunidade. É urgente que o governo brasileiro adote políticas integradas que unam tecnologia, fiscalização eficiente e alternativas econômicas sustentáveis para proteger nossos rios e populações”, afirma Jorge Eduardo Dantas, porta-voz da Frente de Povos Indígenas do Greenpeace Brasil.
Negligências
Em 2021, a Justiça Federal da 1ª Região declarou inconstitucionais diversas licenças ambientais emitidas pelo Ipaam (Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas), por falta de estudos de impacto ambiental e pelo uso indiscriminado de mercúrio.
No mesmo ano, em novembro, o Greenpeace Brasil localizou, em um sobrevoo, centenas de balsas no Rio Madeira em uma região situada entre as cidades de Autazes e Nova Olinda do Norte.
Na Amazônia, 94% do garimpo ocorre em áreas protegidas, como terras indígenas e unidades de conservação. Esse avanço descontrolado, segundo a entidade, reflete a falta de políticas públicas estruturadas para enfrentar a crise ambiental.
A ONG mantém o abaixo-assinado online “Amazônia Livre de Garimpo” (neste link), que conta com 212 mil assinaturas.
*Fonte: amazonasatual
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