Pastor afirmou que o empresário comanda um “exército de desigrejados”

Ao comentar a decepção de parte do eleitorado do ex-candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) com a sabatina feita com Guilherme Boulos (PSOL), o pastor Silas Malafaia afirmou que fez vídeos em oposição ao empresário durante a campanha por ser uma “voz profética neste país”. De acordo com o líder religioso, seu papel é “alertar o povo de Deus a não ser ludibriado por obreiros fraudulentos”.

– Eu conheço quem é esse rapaz [Pablo Marçal]. Desde 2022 eu travei um embate com ele. Esse cara é o maior mal da história da Igreja Evangélica brasileira. Esse cara comanda um exército de desigrejados. Esse cara tem problema com autoridade, não se submete, por isso nega a autoridade do pastor, a importância do corpo de Cristo como Igreja com autoridade pastoral. Então, tudo o que eu denunciei dele, eu já sabia. E outra, ele tem problemas e precisa de tratamento. Problemas graves. Ele tem uma gana de aparecer, que ele faz qualquer coisa para estar em evidência – criticou Malafaia.

O pastor afirma não ter interesse político quando se posiciona para confrontar alguém.

– Eu tenho defeitos, não sou perfeito, mas eu sou uma voz profética neste país, e quando eu vou confrontar alguém, eu não tenho nenhum interesse político. Para você ter uma ideia, eu falei duas vezes não mais que um minuto com o prefeito de São Paulo [Ricardo Nunes], eu nem o conheço pessoalmente. Eu não estava em uma disputa eleitoral. Deus sabe. Eu sei quando o Espírito Santo fala comigo – acrescentou.

Na sequência, Malafaia revelou que seu interesse por temáticas políticas começou quando ainda era criança, como incentivo da parte de seu pai, o pastor Gilberto Malafaia.

– Meu pai, quando eu tinha 10 anos, me ensinou a ler jornal. Meu pai era um cara top, de nível cultural, espiritual, tudo. Então, com 10 anos, para eu ler a parte de esportes do Jornal do Brasil, eu tinha que ler a política nacional e internacional. Eu tenho 66, há 56 anos que eu acompanho a política no Brasil e fora. Eu conheço, conheço o jogo, sei o que está por trás, por isso que eu me posiciono. Eu não sou candidato a nada, nem quero ser. Apenas ser uma voz para alertar o povo de Deus – adicionou.

Para o líder evangélico, Marçal “acabou de se esborrachar” com a iniciativa de dar espaço a Boulos.

– Eu já sabia tudo isso que as pessoas agora estão vendo. E a casa dele caiu. A primeira eleição ele era novidade, agora não é mais, acabou. Não tem mais truque para enganar o povo. Todo mundo sabe quem ele é – assinalou.

O pastor ainda relatou que diversas pessoas que o criticaram por se opor a Marçal estão vindo pedir desculpas.

– E hoje, muitos que me atacaram, e até pastores que citaram meu nome, estão aí, igual a maria arrependida. Eu sou um cara que entendo, não massacro as pessoas, eu não levo para o coração. Está todo mundo perdoado, sejam pastores, povo. Gente me xingou, me caluniou, me difamou com coisas sérias e pesadas. Mas a coisa maravilhosa do Evangelho é poder praticá-lo quando alguém nos ofende. Porque se alguém não nos ofender, como você vai praticar o Evangelho? Então, eu não levo isso para o coração, não encaro como questões pessoais.

ENTENDA

Terceiro colocado na disputa pela Prefeitura paulistana, Marçal decidiu lançar um desafio aos dois candidatos que concorrem ao segundo turno: Ricardo Nunes e Guilherme Boulos. Trata-se de uma sabatina ou uma espécie de “entrevista de emprego”, na qual ele se colocaria como mediador em live transmitida em seu canal no YouTube. Entretanto, apenas o psolista aceitou o convite.

A iniciativa não foi bem recebida por parte da direita. Como apenas o psolista aceitou, uma parcela dos conservadores encarou negativamente a ideia de dar exposição para o político de esquerda falar justamente para o público que visa atingir. Há, por outro lado, outros que defenderam o empresário por enxergar na sabatina uma “jogada de marketing”.