A venezuelana Maria Corina Machado teceu críticas à declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desta quarta-feira, 6, sobre o próximo pleito presidencial na Venezuela, marcado para 28 de julho.
Ela, que é a principal adversária do presidente Nicolás Maduro, está impedida de disputar a eleição. “Eu chorando, presidente Lula? Você está dizendo isso porque sou mulher? Você não me conhece. Luto para fazer valer o direito de milhões de venezuelanos que votaram em mim nas primárias e dos milhões que têm o direito de fazê-lo numa eleição presidencial livre em que derrotarei Maduro”, declarou Corina.
Em sua fala, Lula comparou as condenações pela Lava Jato, que o impediram de concorrer politicamente em 2018, com o veto da Justiça da Venezuela à postulação de María Corina. O petista, no entanto, mente. Os casos não possuem nenhuma semelhança.
[CASO LULA X CASO CORINA]
Em relação a Lula, havia, sim, provas sobre corrupção do então ex-presidente e condenações em duas Instâncias da Justiça. As provas estavam definidas por meio de depoimentos de delatores, documentos e diversos outros elementos materiais.
Ao contrário do que o petista alega em suas declarações públicas, o Supremo Tribunal Federal (STF) não o inocentou. A Corte considerou que houve erro no processo, alegando que não poderia ter começado em Curitiba. Por causa disso, os processos foram anulados, para que fosse possível recomeçar em outra jurisdição.
Outro ponto importante: devido aos prazos prescricionais, o esquerdista conseguiu livrar-se de tudo sem os processos fossem devidamente concluídos.
O caso da venezuelana é totalmente diferente. María Corina foi acusada e condenada pelo Judiciário da Venezuela por ter participado de ações de oposição contra o ditados Nicolás Maduro.
Desde então, ela passou a apelar à Suprema Corte venezuelana, que enquadrou “sem mérito” as súplicas. A Câmara Político-Administrativa do TSJ considerou as alegações da Controladoria Geral da Venezuela. O órgão acusou Corina de participar de uma “trama golpista” comandada pelo ex-autoproclamado presidente interino da Venezuela Juan Guaidó, que incluía pedidos de sanções ao país.
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