As mudanças climáticas causadas pelo aumento dos Gases de Efeito de Estufa (GEE’s) e desmatamento devem gerar impactos significativos na economia, geração de energia, agricultura e pesca na bacia do Rio Madeira, que banha os países amazônicos como o Brasil, Bolívia e Peru.
O alerta é do meteorologista Leonardo Alves Vergasta, em sua tese cuja defesa ocorreu no último dia 29 de setembro pelo Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente na Universidade do Estado do Amazonas (UEA), para alcançar o título de doutor.
Entre os principais achados do trabalho cujo título é “Os efeitos das mudanças do clima e desmatamento no regime hidroclimático da bacia do Rio Madeira”, Vergasta destaca resultados apontando para cenários preocupantes tanto na área econômica, quanto social e ambiental, mas possíveis de serem mitigados com ações preventivas para reduzir os danos prováveis.
O Rio Madeira tem uma importância econômica fundamental para o transporte dos estados do Amazonas, Rondônia e Mato Grosso, além do pescado que é fonte de alimentação das populações ribeirinhas.
O estudo de modelagem climática e hidrológica teve como base três modelos do sistema climático terrestres para avaliar os efeitos das projeções dos cenários futuros de emissões dos gases do efeito estufa e desmatamento na precipitação e evapotranspiração na bacia do rio Madeira, assim como na vazão e área de inundação.
A pesquisa que durou quatro anos e meio mostrou resultados de simulações coerentes, capazes de representar adequadamente as principais características climatológicas, explica ele.
Em uma das projeções, a do aumento dos GEE’s, os resultados mostraram uma redução da precipitação durante as estações chuvosa e seca, com a bacia apresentando uma região a montante mais úmida e a jusante da bacia mais seca.
“O aumento dos gases de efeito estufa poderá contribuir para o aumento das vazões máximas e mínimas, resultando em inundações mais frequentes, principalmente a montante da bacia”, explicou.
O cenário fica mais complicado quando há o efeito combinado do aumento dos GEE’s e do desmatamento, pois o estudo gerou um feedback negativo para a bacia do rio Madeira, reduzindo a precipitação, evapotranspiração, vazões e inundações. “As mudanças climáticas podem gerar impactos significativos na economia, geração de energia, agricultura e pesca na bacia do rio Madeira”, alertou.
De acordo com o estudioso, o modelo usado por ele para fazer as representações é confiável por ter como representar o clima presente, cujos dados podem ser validados.
O estudo, que teve como orientador o doutor Francis Wagner Silva Correia e Prakki Satyamurty, será disponibilizado para que possa orientar políticas e ações em favor dessa população.
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